quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Agora, de frestas azuis!!!


Ah, esses dias sem horas que estão me carregando pra fora de mim, me completam os dias que seguem, que ainda não se aprontaram.
Estou mesmo aqui, mas sem poder ficar em definitivo ou me demorar mais que do penso em querer, digo que minha vida está a mil maravilhas, mas dançando numa lama seca, que por vezes me derruba os pés e as mãos nesse chão sem piedade.
Não sei como ainda permaneço feliz, nem mesmo com este riso agudo, estridente... Não sei nem porque eu ainda me ponho a pular o que não gosto, o que não quero mais.
Sei que estou bem, que estou satisfeita por algumas horas e ansiosa por tantas outras que nem sei se existem, se vão nascer a tempo... Hão de nascer!

E toda essa gaveta cheia de fraldas, pomadas pra assaduras, lenços umedecidos e termômetro, me dão o ar da graça de ser mãe. É, hoje sou mãe.
Amanhã serei ainda mais e adiante também...
O dia está belo hoje... Ontem nem foi assim, nem tão azul, mas hoje está lindo...
Dormi fácil e cheia de pensamentos de boa noite (ou bom dia?).
Mas ainda que meus sonhos sejam sempre assíduos, e nada reais, eu me atenho às mamadeiras e ao cheiro de lavanda doce que me agarra pelo seio e me ama incondicionalmente.
Felicidade é saber amar quem podemos, quem precisa...

Me faço necessária e isso me basta.
Chega, né?
Pra que mais???
Pra quem???
Chega de portas e janelas abertas...
As frestas azuis já estão bonitas demais, já servem.
E chega de suicídios de travesseiros...
Chega!!!

Feliz, feliz, oh...

sábado, 10 de outubro de 2009

Davi chegou!


O dia tinha demorado a passar... Na verdade, ele nem passava... Tinha emperrado aqueles ponteiros velhos e de origem duvidosa daquele relógio.
Até que eu tive de ir... Eu tinha mãos comigo, corações muitos também. Eu tive orações, rezas, torcidas, eu tive tudo. E o sorriso me acompanhava, ainda que escondido por trás do medo, medo do novo, medo de encarar finalmente a ficha que deveria cair a poucas horas a partir daquela hora.
A maca chegou. Quando me posicionei, a garganta já não mais engolia a saliva, e muito menos os gritos que eu estava precisando ressoar.
Eu fui.
Dor não senti, de fato. Mas a angústia, a espera inesperada da hora, das horas seguintes, me maltrataram a pele dos ossos, do coração.
Davi chegou aos gritos. E minhas lágrimas eram maiores que ele... Eu não saberia dizer, escrever que sensação foi aquela que me comoveu. Mas sei que ainda sinto os arrepios daquele dia 23 de setembro de 2009.
Eu não estava mais sozinha!
Os dias seguintes foram difícieis, como deveriam, tinham de ser.
Acostumar-se, adaptar-se.
Mas é amor o que me move hoje.
Todo o amor.
Ele, o Davi, mexe com o meu humor como quem sabe exatamente onde está, e pra onde vai.
Sou todo amor dessa vida!!!

Viva a vida.