quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Ando tão preguiçosa, que nem meus pincéis de cá tenho limpado, usado!!!
Mas sabe, os dias têm me chegado estranhos, vagarosos, cheios de tantas coisas descartáveis (e não), que me faltou entusiasmo pra falar, dizer, colocar em folhas brancas onlines.
Tenho sentido muitas dores no coração, outras tantas pelo corpo inteiro (o corpo de dentro), e dores que nem são dores e eu nem sei o que são, enfim.
Mas tenho ganho força, ânimo, e alegria com as poucas coisas que ainda tenho, que ainda deixo restar. Na verdade, eu não fico de mãos vazias nunca. E que bom, não é?
As janelas estão escancaradas, aposto que a esta hora já tem gente a bisbilhotar o lado de cá, ou o lado que não lhe alcança, me entende?
Não gosto da curiosidade.
Nem da falta de senso de humor.
Gosto menos ainda de pessoas perfeitas, que se dizem assim...
E nossa, como desaprovo a ira boba, sem um quê de importância, de pra que... Chato, não é?
Canso fácil de gente.
Canso facinho de risos abertos (e fechados), de braços em movimentos bruscos e exagerados, canso de ter de ser indiferente e não responder palavras feias, provocativas, loucas.
Mas sabe, beijei na boca.
Nossa, e quanto tempo não me deixava sentir esse gosto?
E mais, esses beijos me insandeceram... Não me encontro em estado de 'apaixonamento', mas me encontro quase nesse encontro de riso fácil, bobo, frio na barriga a qualquer hora...
Mas eu não posso me dar a esse luxo de querer tudo que estou a desejar.
Mas esta é outra página, vou adiar.
Hoje só quis saber de abrir minhas janelas, limpar minhas frestas e rodapés. Guardei papéis pequenos com telefones e bilhetinhos. Reli meus diários e adorei ter crescido tanto dentro deles.
Rabisquei com as minhas canetas velhas, de todas as cores, mas velhas. Já falham, até.
Hoje dancei sozinha, louca. Baixei músicas que me deixam feliz, louca por cerveja e pés descalço, ou não. Quis estar linda, arrumadíssima, e ir até aquele lugar onde se jogar na vida vale a pena, sabe?
Mas estou a velar o sono do meu Davi...
A música permanece no media player, no baixo, mas estou louca, mal vestida, mas feliz e cantando dentro da boca, pedindo a Deus que os outros dias sejam como estes, de pedidos e de acertos, muitos deles.
Amanhã já é amanhã.
Vamos???
Te dou minhas mãos, pegue-as.

domingo, 12 de setembro de 2010

E os primeiros passos do Davi invadiram a casa...
Não me acostumei a vê-lo ir sozinho aos lugares que quer, e muito menos se esconder onde imagina ser tão divertido quanto suas gargalhadas deliciosas.
Ele está ainda mais lindo e sim, parecido comigo.
Vejo nos olhos e no sorriso, traços dos meus traços. E como me alegra, isso. Nossa!
Os domingos são sempre um pouco solitários...
Não há praia, trabalho, casa de amigos, vinho, que seja inteiro sem a lembrança de como está sendo também o dia dele.
Os dias dele são sempre tão meus e isso me soa seguramente certo, despreocupante.
Enfim.
Hoje o dia passou rápido e mesmo quando chego em casa, me vejo na ducha e num lanche gostoso, percebo que não mais estou sozinha, nem serei.
E solidão é coisa de quem gosta, de quem quer.
E não é impossível ser feliz sozinho, parafraseando a música...
Acho mesmo que a felicidade está nos cantinhos de tudo aquilo que nos satisfaz. E está mesmo.
Continuo não gostando dos domingos.
E ainda continuo preferindo eu e Davi na beira da praia, a qualquer hora e dia da semana.
Amanhã já podemos???
As horas estão correndo.
Davi já está quase nos meus braços de novo.
As horas estão nos abençoando.
E os dias também.
Hoje senti ainda mais saudade da minha vida de sempre.
Mas senti uma saudade daquelas que a gente não quer repetir, não quer continuar.
Senti apenas, só isso.
Eu quero o novo, quero cheiro de caderno novo, quero tudo branco pra eu poder colorir.
Amanhã vem a semana, vem muito pra se fazer, e vem muito pra organizar.

O aniversário de 1 ano do meu Davi se aproxima. Tá quase aqui na porta.
Pique é o que não vai faltar.
Rá tim bum pra sempre vai ter.
E hora, nossa, só o que quero lhe dar.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Estou sem muita paciência pra colocar em pratos limpos as sujeiras que estão me carregando as costas e os pés...
Uma imundície idêntica a que você costumava deixar no meu coração e nas minhas mãos, sempre vazias mesmo estando pertinho das suas.
Mas chega de tanto 'você'... To cansada, exausta, na verdade... Como você me cansou!!!
O dia chegou claro, fácil e silencioso.
Ninguém nas ruas e os carros das garagens vizinhas, não roncaram, não passaram do portão.
Passeei com Davi pela tarde e dentro da noite que se arrastava pela rua, me encontrei feliz, desconcertada e curiosa, com um típico frio na barriga, daqueles bobos e pueris. Que vergonha!
Não sei como me portar... Estou desacostumada a me ver ruborizada e de olhos baixos, sem coragem de focar alvos e brilhos e desejos.
Fiquei duvidosa se as perguntas que me fiz, têm sentido ou respostas... Mas, pra que saber de tudo, não é???
Um cheiro bom, novo, me surpreende e me assusta, já que gosto de estar tão fugidia e decidida a não querer agora, o agora.
Amanhã é delicioso, mas hoje não, não quero, não.
Fugi.
O céu dorme neste momento. E mesmo eu querendo pensar, pensar em como e o que pensar, eu vou recolher minhas cores e desistir de acordar.
Valeu o dia.
O sofá está sozinho e eu também. Vou é juntar toda essa solidão e me embaralhar nos quereres e adiamentos que tenho adorado cumprir...
Estou ainda mais confusa que sempre.
O boa noite só vai vir amanhã, creio... Por hora tem uma Tv ligada me esperando e um celular dançante avisando que hoje começou neste exato instante.
Pra onde vamos?
Que as luzes das ruas me digam as horas!
Desliguei a Tv!!!

sábado, 4 de setembro de 2010

E claro que estes dias de ventos secos e mudos, carregaram de mim tudo o mais que eu não percebi que ainda precisava de abandono.
Causei um rebuliço bem satisfatório na agenda do dia, mas também causei 'ufa' dentro do meu estômago e do meu peito, tão ardido e dolorido quanto qualquer outra parte do corpo que eu tenha exposto aos sóis que você não me deixou ver e sentir.
Estou bronzeadíssima com todo esse calor à minha disposição e ainda mais disposta a querer tudo o que eu não podia ver fora de você.
Só quero saber do meu dia, das minhas noites e das tardes suadas e muito bem programadas.
Estou amando meus novos ponteiros.
Estou centrada na minha nova rua.
Apaixonada por mim e por tudo que tenho feito pelo o reflexo satisfeito de mim mesma.
Bom é estar bem com o que a reza nos diz e nos faz.
É bom mesmo ter por quem ser bela e feia de quando em vez, só de quando em vez.
Quero mais é não contar nos dedos quantos dedos posso ter.
E muito mais que só acordar, quero acordar depois de não ter dormido.
Cheguei onde a vida me estacionava aos poucos.
E finco pé, por enquanto, exatamente na calçada onde eu não posso te dar passagem.
Ouviu?
Não ouça, então.
Não grito mais pra você!!!

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Eis que o calendário mudou de lugar e as horas de ponteiros. Tudo novo. Branco e com outros cheiros e novos tamanhos e formas. Tudo novo porque tudo mudou.
Acabou.
O choro também cessa quando quer.
As roupas têm de ser lavadas, agora... E o quintal mais visitado, assim como os arredores da minha casa grande e rosada descascada.
Não posso mais fugir.
Nem querer isso.
Não dá mais pra assistir aos jogos como antes.
Mas nem quereria... Brasil tá voltando pro Brasil.
E eu to voltando pro meu travesseiro como antes, sozinha e sem esperas, sem ansiedades daquele jeito, daquelas maneiras.
Chega de contar quantos minutos o minuto tem.
De se olhar mais de uma vez no espelho e verificar se realmente está tudo bem, no lugar, nas cores certas.
O dia ontem não cabe neste de agora que empurra minhas tristezas e meus desesperos desesperados...
Ah, e a lua daquele dia, só eu vi.
E mesmo pedindo que vissem, nada vem ao meu encontro.
E não devo esperar que venha.
Pra quem?
Meu travesseiro secou ao sol, hoje.
O varal estava repleto de tudo o que um dia teve seu perfume.
Não quero mais aquele cheiro nas minhas roupas a torturar meu querer, meu não querer.
Joguei fora tudo o que tinha de ser nosso.
E jogo mais, jogo o que eu não quero que seja lixo, mas já o é.
E enfim, volto pra casa também.
E Davi me espera.
Sempre.

domingo, 20 de junho de 2010

É bem verdade, eu cavo meus poços e os encho d'água e fico curtindo a brisa e o bronze...
Nada mal.
O jogo está na TV, eu estou aqui cavando nas teclas e puxando da memória momentos alegres e ansiedades boas, saudáveis. Queria tanto mais e hoje???
Hoje os dias são profundos, inchados e dormentes, por muitas vezes.
Não gosto, não quero que a vida passe assim ao meu lado, me olhando pelo canto dos cílios e deixando de piscar pra mim porque não vesti a camisa.
Não posso deixar que as ruas sumam e as fotografias se estraguem, elas estão queimando, perdendo o foco, perdendo a imagem.
Perdi o fim de semana.
Deixei que ele ficasse feio, descuidado e inundado de tudo o que é desnecessário, lixo, fétido, pútrido.
Não sei porque alcanço tais notas, alcanço essa farsa de que tudo vai entrando pelos caminhos mais curtos, mais finos.
Tudo deve se encaixar e eu devo procurar as peças corretas, as que são da mesma forma, cor e cheiros, como antes, lembra?
As tardes são inesquecíveis.
As noites estão saudosas.
Os dias não estão mais nascendo e entrando pelas janelas e portas... Eu não deixo. Que coisa.
Mas vou ali.
O jogo me espera.
A vida tá me chamando.
O Galvão é uma merda, mas o jogo tá bom.
Então, o sofá me cabe???
Aqueles corações me aguardam.
Amo!!!

sexta-feira, 18 de junho de 2010

E em mais um daqueles lampejos que me perseguem as noites, as tardes, os dias inteiros, eu descubro que a vida vacila dentro do meu peito.
Acordei há pouco e não encontro nada que não seja espera e angústia, desespero.
Não sei nem onde começa e onde termina essa sensação idiota de vagar pelos azulejos gastos e limpos desta minha casa escura e velha.
As minhas ruas, as que rodeiam estes muros de cá, estão tão abandonadas quanto minhas semanas derramadas entre um travesseiro e outro.
Esqueço do quanto ainda posso caminhar de leve dentro dos quartos, da cozinha e da sala, todos os cômodos vazios.
Mas lembrei que também posso dormir o quanto quiser e puder, já que meus olhos nem percebem a luz acesa e a luz quando apagada. Eles dormem neste exato momento.
Estou um tanto quanto triste, neste começo de noite.
Um tanto quanto desesperada com a vida que se esvai pelos ralos dos meus sonhos.
Estou de ombros caídos e desacreditados de um possível espelho que os corrija, os conserte de alguma forma exata e colorida.
Está tudo tão branco e preto, arroz com feijão (branco)... Queria tanto um queijo com goiabada neste momento que já está passando, passou!
Eu quis muito um pouco de tudo e acabei aqui, sentada nesta mesa fria e confundindo os dedos e as teclas com meus pensamentos tão longe e tão distantes, sempre.
A lua não está ali na janela.
Nem muito menos a brisa de inverno.
O sol não acorda a esta hora.
E meus cílios pesam quando molhados.
Estou triste.
Queria um pouco de luz, câmera e ação.
E se depende de mim a vida recomeçar, realinhar-se, digo claramente que vai demorar pra tudo ir pra frente. Estou cansada. Andar sempre a pé cansa muito.
E é isso.
Hoje estou muitíssimo triste com meu relógio, com minhas almofadas e com a água que não desce na minha garganta.
Vou me recolher e quem sabe lembrar de uma canção boa e bonita pra embalar o sono que insiste em fugir dos meus olhos.

quinta-feira, 3 de junho de 2010


O sol de feriado hoje me acordou cedinho.
Meu celular nem bem tinha acordado e já me chamava pra um bom dia super animado, super bom.
E tudo rendeu.
Desde o café da manhã rápido e faminto, até as roupas sujas colocadas na máquina de lavar... Hoje lavei todo o meu guardarroupa...
Limpei tudo e deixei o cheiro de eucalipto tomar conta das paredes e do chão do meu quarto.
Fiquei numa solidão rápida pela manhã e antes mesmo que o almoço fosse posto à mesa, meu celular gritou pra me animar, me deixar mais feliz.
Não quero mais nada desta vida que não possa me chegar, calma e tranquilamente.
Tudo tem seu espaço de tempo pra cair em si, pra pintar da cor melhor a ser vista e percebida.
Minhas noites clarearam, nem vejo os dias pesarem nos ponteiros e muito menos escorregarem no meu travesseiro, hoje só meu amigo.
Confidencio que estou mais livre que nunca, e isso inclui amizades que nunca tive e nunca poderia ter, por motivos vários e despercebidos.
Inclui a liberdade de não esperar, não querer entender, não precisar de.
As janelas continuam sendo abertas e fechadas, assim como as portas.
Quem decidir nelas entrar ou bater, cá estou para abri-las... O vento sempre traz o que é bom pra ficar.
O feriado nem acabou e eu já faço um balanço do quanto ele é só mais um dia feliz a passar por meu calendário.
Que bom!
Davi me chama, o vento também!

segunda-feira, 31 de maio de 2010


Claro que hoje, com aquela manhã de muitos ruídos no céu e muita água rolando, eu não poderia deixar de sentir uma melancolia bem clichê, bem bobinha e sem gosto, sem cor nenhuma, mas melancolia, inevitavelmente.
O dia se arrastou nas horas, se fechou por completo dentro de um cinza escuro bem típico de tristeza, de derrames...
E a vida segue, meu bem.
E se está doendo, há de passar aos poucos e criar casca daqui pra amanhã... Veja só!
As luzes não puderam ser apagadas. Nem as janelas abertas. Nem os cadeados das portas, eu tirei. Pra que?
Lembro de ter me balançado até dormir... Aquela rede me dá uma felicidade que só meu corpo sabe falar sobre, descrever como é.
Tenho medo, muito medo, isso é fato.
E quantos medos ainda me chegarão?
Perdi a hora, de novo.
Perdi a vontade de conversar, de novo também.
E acho que perderia a vontade se eu visse direito, enxergasse.
Não sei, mas esse céu cinza escuro da noite que estancou agorinha vai berrar pra mim.
Vou esperar ali sentadinha na beirada da cama, me agarrar com meus pedidos e minhas lembranças infindáveis, degustáveis todas.
Nada a reclamar.
Não esbravejo mais.
Não e não pra cima.
O meu sim, que é sempre completamente sim, é seu, pega.
A noite chegou, a chuva também e eu vou ficar ali, só esperando.
Espero mesmo.
Esperar por você!

quinta-feira, 27 de maio de 2010

desconstruindo... indo...


Sabe, aquelas janelas enferrujaram... Eu esperava por isso.
É tão ruim esperar pelo ruim, pelo o que machuca, magoa, desconstrói... A verdade que tem me aceito é exatamente essa, desconstruída. E não me venham com essas sobrancelhas saltitantes, nem com esses dedos dançarinos engatinhando pelo rosto... É só isso que posso e sei dizer, eu estou desconstruindo.
A minha rua tá vazia como o que... E mesmo com essa lua perolada gritando naquele céu lá de fora, eu continuo aqui catando motivos pra não pensar, pra não doer, pra não roer, pra não cair ali.
Tudo tem demorado tanto. Tudo, tudinho.
Os dias começam e acabam no mesmo instante que acordo.
E quando eu os vejo finalmente se lançando entre uma alegria, lá vem algo que me tira o construindo... Descontrói novamente.
Eu sabia que estava envelhecendo, ficando doente, ficando cada dia menos por aqui.
E sabia mais, sabia também da quantidade de fios desligados que possuo dentro de mim...
Ah, se eu conseguisse religá-los todos, um a um, sem pressa nenhuma...

E o algodão do meu travesseiro cheira, some dentro da minha boca, dentro do meu sufoco.
Dormir agora é desconstruir essa vontade de permanecer lúcida, pra sempre, só por hoje.