quinta-feira, 27 de maio de 2010

desconstruindo... indo...


Sabe, aquelas janelas enferrujaram... Eu esperava por isso.
É tão ruim esperar pelo ruim, pelo o que machuca, magoa, desconstrói... A verdade que tem me aceito é exatamente essa, desconstruída. E não me venham com essas sobrancelhas saltitantes, nem com esses dedos dançarinos engatinhando pelo rosto... É só isso que posso e sei dizer, eu estou desconstruindo.
A minha rua tá vazia como o que... E mesmo com essa lua perolada gritando naquele céu lá de fora, eu continuo aqui catando motivos pra não pensar, pra não doer, pra não roer, pra não cair ali.
Tudo tem demorado tanto. Tudo, tudinho.
Os dias começam e acabam no mesmo instante que acordo.
E quando eu os vejo finalmente se lançando entre uma alegria, lá vem algo que me tira o construindo... Descontrói novamente.
Eu sabia que estava envelhecendo, ficando doente, ficando cada dia menos por aqui.
E sabia mais, sabia também da quantidade de fios desligados que possuo dentro de mim...
Ah, se eu conseguisse religá-los todos, um a um, sem pressa nenhuma...

E o algodão do meu travesseiro cheira, some dentro da minha boca, dentro do meu sufoco.
Dormir agora é desconstruir essa vontade de permanecer lúcida, pra sempre, só por hoje.

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