terça-feira, 10 de julho de 2007

Esquizofrenia.


E tocava exatamente a 9ª sinfonia de Beethoven. Não que música erudita fosse meu sonho de candura, mas ouvir todo aquele piano com suas teclas vestidas de garçons de boteco, me deixava um tanto quanto, acho que a palavra é entediada. Vejamos outra sintonia, FM 93, rs, passa agorinha mesmo uma música que me lembra Paulinho, um namoradinho que tive na época em que ter uma espinha em pleno sábado à noite, era pedir doses extras e vulgares de Diazepan. Paulinho era safado. Adorava quando eu me ocupava de controlar uma de suas mãos, assim teria tempo de fazer uso da outra... Deliguei o rádio, essas lembranças de Paulinho me deram a sensação de uma ligeira gravidez... Hoje meu dia até que foi bom. Não precisei cruzar minhas pernas mais do que costumo pra incitar um aumento, ainda que paupérrimo, no meu chefe tarado e sovina. Tenho R$1,00 a mais no final do mês, posso me dar ao luxo de um Trident de Canela... Menina, tenho que descobrir o nome do cobrador do ônibus que ando. Ele tem um jeito que enlouqueceria até o Paulinho (este sempre me pareceu com trejeitos suspeitos. Usava, e tinha o vício, Manteiga de Cacau nos lábios e, segundo a criatura, a vida é um gloss. Posso com isso?). Voltando a meu muso cobrador. Sempre pego o mesmo ônibus pro trabalho, no mesmo horário, ou seja, depois da hora do PF. Entro com toda a perfeição da minha mini-saia, exigência fervorosa do meu chefe, e sento em um dos assentos ao lado da cadeira do cobrador. Aiiiii, seu jeito de carimbar o vale-transporte, de tirar o pedaço de bife do dente ou de cutucar a cera do ouvido com a tampa da caneta BIC, são as únicas coisas broxantes nele. Se bem que... Ah, deixa pra lá, todo mundo tem lá seus problemas com o repolho da salada ou com o ovo cozido, não é? Mas o que mais me fascina nele, é a maneira que ele tem de sorrir. Tá, não é nenhum sorriso de propaganda de creme dental, mas o tal dente que falta, (sim, falta um, apenas um...) ele esconde de uma maneira... Aiiiii, que enlouqueceria meu pai, com tantos diplomas de cirurgião dentista que ele tem... Mas enfim, ele não precisa sorrir pro meu pai e, pensando bem, pra mim também não se ele não quiser. Tsc, tsc, tsc... Vou parar de pensar nele, do jeito que minha carência virgem anda... Acho que vou dormir, todo esse papo comigo me cansou um pouco, sem contar que minha companhia hoje está morgadinha, não falo nada, só me escuto falando, rs, se é que me entende... Ah, lembrei, como eu podia esquecer? Hoje foi meu aniversário. Por isso o R$1,00 a mais no meu salário, o rádio ligado na FM 93, as lembranças de Paulinho e os suspiros pelo corbrador do ônibus... Hoje me permiti o sabor do Trident de Canela e das poucas lembranças que ainda guardo das horas que passo inventando estórias pra mim mesma. Vez ou outra, confundo o dia de ontem com um dos meus arquivos do Word. Gosto dessa sensação confusa de se perguntar quem é mesmo Paulinho? Sou virgem de todos os buracos por onde entram e saem o ar de meu corpo, jamais conheci homem algum...rs. Sinfonia de Beethoven? FM o que? Não lembro de ter um dia colocado minha vitrola na tomada... Cobrador de ônibus? Nunca sequer dei sinal pra um táxi, quanto mais conhecer a roleta de um coletivo. Aniversário? Iiiiiih, quantos anos tenho mesmo? E que mini-saia é essa? Minha religião nunca me mostrou esses escândalos, muitos menos patrão tarado... Aliás, que religião?

quinta-feira, 21 de junho de 2007

E agora? O que tem pra hoje?


Sabe que noite passada fora agradabilíssima? Pois é, minha periodicidade no teatro continua a todo vapor, eu diria que estou em pauta.
Ainda há um estranhamento com todo este mundo do "bem visto" e da cobrança em relação a isso, mas creio que me fazer presente vai bem além das cócegas na alma, no ego.
Fui acompanhada de meu namorado, de quando em vez não somos isso, mas há sempre pano pra manga pra nós dois, ou seja, nossa vida juntos tem passado por todos os personagens possíveis, e interpretado todos os gêneros já sonhados por um verdadeiro diretor de cinema. Creio mesmo que vou me graduar em comédia-romântica ou em trágico-cômico de uma novela sem fim, mas saborosamente brasileira, cearense e mais, irrecusável.
Assistimos com aplausos merecidos, mais 2 adaptações de Nelson, que cardápio maravilhoso, hã? Uma coisa linda de se ouvir, sim, era uma leitura dramática, mas juro que vi as cenas acontecendo paralelamente às vozes que se faziam presentes no palco. Juro, cheguei a ver mesmo!
Conheci mais trabalhos bons, e mais de Nelson Rodrigues... Tenho tido a impressão de não mais querer ver outra coisa que montagens, peças e adaptações dele, só dele. Uma espécie de devoção e curiosidade cósmica, isso, curiosidade... Ele é bom, muito bom!
As apresentações, incansavelmente, contornaram toda a minha imaginação e pude me extasiar com as imagens que eu mesma criei, dirigi e coordenei. Os aplausos sacuriram todas essas imagens, cessando minha catarse, e percebi que os atores já estavam de pé, naquela posição final onde todos eles olham pra lugar algum na platéia, ou olham pra algum lugar onde receba um sorriso, uma piscadela, ou um balançada de cabeça dizendo:'Parabéns!'.
Iniciou, então, um bom feedback das apresentações e do nome Nelson Rodrigues... Delícia, ontem fora realmente delicioso... Bom papo, palavras medidas e articuladamente cabíveis à sabedoria estudada, consumida. A desenvoltura com que trocavam as mãos gesticulando com as idéias muitas a nos servirem, me deixou esquecer que estava mesmo era esperando a hora de cruzar a porta que tanto abriu e fechou durante o "espetáculo", fazendo com a magia das vozes e das cenas por mim descobertas em muito perdesse a qualidade de um silêncio necessário, sagrado, justo!
Cruzei a porta de mãos dadas, troquei beijos do lado esquerdo e direito com olhos azuis límpidos, mas...
Enfim, mais Marlboro pra nossa noite, e mais conversas ao pé da paixão explicitamente viciada.
O circular me levou de volta, meu boa noite enfim chegou e eu, o que que eu faço com as mãos no bolso?
E agora, o que tem pra hoje?
Hoje não tem noite pra mim, nem Nelson, nem Marlboro e nem namorado ou coisa que o valha... Hoje vai ser um dia daqueles, além de vazio, elucubravelmente Charles Bukowskiano...

quarta-feira, 20 de junho de 2007

Águas de junho...


E mesmo depois de doses teatrais de Nelson Rodrigues (apresentado a mim a pouco mais de 2 montagens e adaptações), acho mesmo que namorar ator é uma comédia, eu diria uma figura de linguagem!
Não tinha noção do cheiro que os palcos de teatro proporcionam, e nem mesmo do gosto que o Marlboro causa nesse cheiro, nessa mistura sinestésica.
Sinto que o amor chega tietando tudo, diretores que me apertam as mãos e trocam beijos de um lado e de outro, atores iniciantes (e já com um currículo de companhias e mais companhias atravessando as novas experiências) que sorriem e fecham a cara rapidamente numa fração de segundos tão estranha quanto o tempo do sorriso.
Tento não perceber quão falsa é a disputa por um lugar ao palco, se assim me entendem, uma disputa desleal quanto á humildade de não se viver o personagem real que a vida nos impõe viver.
As águas desse mês de junho que acompanham meu coração são imensamente prazerosas, mas são estranhas e de uma coloração jamais vista por meu coração. Sinto como se estivesse aprendendo a ler o olho das pessoas, aprendendo a conviver com os defeitos exaláveis de pessoas que se perderam em si mesmas, já que de tanto interpretarem, não mais sabem com qual sorrisso ou olhar encarar a vida real fora da porta de entrada ou saída do saguão do auditório central.
Tenho feito visitas assíduas ao Centro Cultural Dragão do Mar. Visto meu personagem emoção e lá estou, morta de feliz por estar acompanhada de um sapo, que não é cururu e nem sapo, literalmente falando, acho mesmo que se parece com um coelho...hihihi
Bom, nesta minha assiduidade a este lugar, percebi que sou mais feliz quando deço do ônibus. O circular, sim é este o responsável por levar e trazer minhas emoções de casa ou para casa, sempre me é prazeroso aos olhos, mesmo quando estou no Campus do Pici-Unifor, gosto de olhar para o motorista do Circular e fechar os olhos, lembrando da noite passada ou de outrem.
Creio que eu estou numa crise profissional, universitária... Não mais sei dividir Nelson Rodrigues de Paulo Freire, ou ainda "Valsa nº6" de "João e Maria"...
Ah, meu Deus!!! Onde diabos deixei meu grampo do cabelo? Vou deixar os fios soltos, quem sabe eles não penteiam minha face por hoje, e só por hoje, triste.
Quero ler mais minha vida, minhas comédias e minhas tragédias, sempre tão judiadas pelo abandono e pela poeira deste.
Quero mais palcos, mais Marlboro, mais Nelson (bem menos Freire) e mais, bem mais alegria no meu social diante do que esta platéia ainda pode me dizer sobre o que já não sei...

Meu namoro vai bem, obrigada... Hã? Ah tá, não, não, ele é ator, mas é real, é o coelho que faltava em "Alice no país das maravilhas!" Alguém duvida que já fui loira e já me chamei Alice??? Bom, eu duvido, mas acredito!!!

segunda-feira, 4 de junho de 2007

Mais uma de amor...


Ah, cálices de vinho branco me acompanham nestes inebriantes dias, completos e surgidos de uma lua casta e minha, ops, nossa.
Uma espécie de libertação da alma engole tudo o que eu sempre quis mastigar com cuidado e leveza. Ruminar a vida, o amor, as dúvidas e o desejo em si, este um só!
Despertador para a luz, corações para o dia, espera para o tudo, mãos para o todo, boca para o sim, olhos para você e eu, saudade para o sempre!
Queria mesmo ter palavras de dicionários que pudessem me ensinar a falar o que lateja, ou ainda, me treinar para as possíveis palavras que podem surgir quando te vejo, quando quero enfim te ter.
E não mais que poesias gastas, não mais que dragões mansos e nossos, não mais que grama verde e macia, não mais que horas de afinco com o se tornar, mas simplesmente o só. Só em pensar nos imbróglios que nos imergiram durante o medo, me imagino crua.
Uma confusão de dedos agora me deixa confusamente sem letras visíveis, mas creio que tudo se deva a esta curva de êxtase e de absinto.

Uma nuvem pintada e recortada se banha em meu quintal, mas ainda assim, penso em ti como penso nas possibilidades de um banho sonífero e atual.
Quero mais que de repente ser das horas que te batem, ser das vidas que te passa, ser do travesseiro que te escuta e te enxuga.

Sou simples, moleca, sorrio por dentro, mas sou tua, tão tua, tão, tão, tão...
E essa paixão nada mais me diz que somos reis e rainhas dessa vida, a nossa vida, a nossa!

Mesmo de havaianas, me casaria com teu peito e com tuas mãos e boca, e nuca, e pés, e joelhos.
Me casaria sim com teus pêlos, com tua voz, com teus cabelos, com tuas unhas e dedos.
Faria da lua nossa mãe, e do sol, o padre a nos consagrar mais felizes que outrora!

Amo, "Maiakovscamente", amo mesmo!

sábado, 28 de abril de 2007

Passando a limpo!


Alô???
(Coração e barriga indecididamente borboletando)
Poucas mãos diante dos pedidos do cérebro
Poucos olhos
Poucos ouvidos
Pouco corpo
Pouco...

Tu tu tu...
O sono
A chuva
O vento
O sol espreguiçando
Raiou...

TV ligada, mas o pensamento não
Computador aceso
Livro aberto e carente
(Maiakóvski
Peter Brook
Agatha Christie...)

Refrigerante
Suco de caju
Água sem gás, por favor!

Sorvete
Torta de abacaxi
Gorduras a mais chorando dentro de uma bulimia desnecessária

Sentada
Deitada
Impaciente
Cadê, hein???

Cadeira
Sofá
Cama
Computador de novo??
Nada??
Nada!

Banho
Chuveiro
Mangueira
Torneira aberta e depois fechada, mas com pingos insistentes e chorosos...

Sobrancelha
Pele
Unhas
Cabelos
Pêlos
Boca
Dentes
Olhos
Nariz
Ufa... !

O dia é noturno, agora
Boa tarde se foi
Boa noite aconchegante e só!

Chá com bolachas e manteiga
Mortadela de quê???
Casa de passarinho, o João de Barro
Ninho de pardal
Poeira invejosa
Mar adentro e saindo
Calor insustentável e magricelo

Vento de plástico e com ruídos de fome, de demissão!

Acabei, onde é que eu estava mesmo???
Ah tá, na saudade...

sexta-feira, 13 de abril de 2007

Assim falou Lilí


Acordar cedo depois de uma madrugada virtual e cheia de esperas, não é fácil. Acredito mesmo que os cafés da manhã gostariam de dormir mais um pouquinho diante da pouca fome que tenho e da muita embriaguez que carrego.
Com esse tilintar das teclas de plástico desse teclado, me vejo diante de pensamentos chegando avulso e desesperados pelo nascimento. Como em uma chuva ácida de espermatozóides em busca do óvulo perfeito, ou pelo menos simpático.
Nossa, nem bem o sol amarelou, e a rua já possui fumaça de escapamento e papéis de bombons coloridos de todos os tipos e sabores... Ontem à noite nem haviam tantos assim, pelo menos os de abacaxi e de hortelã não estavam onde passei.
Levantei e completando o desjejum, senti saudade do cheiro de bronzeador e de óleo quente, mas decidi não ir à praia, afinal, sextas-feiras 13 são especiais, e decidi dormir mais um pouco diante de tantos arrepios e crendices que finjo não acreditar. Mãiêêêêê, to indo me esconder deste dia de abóboras assassinas...
Coisa mais boba dormir e acordar e dormir de novo... Percebi que nem fiz a refeição do meio-dia, mas pra falar a verdade, as canetas-tinteiro que tenho na escrivaninha, me deram idéias maiores que a fome.
Os beijos da tarde e as fugas idem, foram tomadas pela febre, pela invalidez da paixão (tetraplégica mesmo). Mas mesmo diante de tantos arames e sangue escorregando, as tardes continuam minhas e as fugas, minhas também. Que voem os palavrões exagerados e cortantes, que se enterrem as promessas mal cumpridas e que se escondam de mim as garras mal afiadas... Hoje e amanhã serei só minha e de alguém que ainda não veio. O tempo, esse só existe pra quem não sabe esperar, nem me será tão cordial quando chegar... Prefiro ouvir meu tempo, meu espaço. Sou minha, com todo o egoísmo que existe. Mais que sempre e nunca, mutilarei a boca, a nuca e as mãos...
O cálice de cicuta chegou!
Enfim, sós!!!

quarta-feira, 11 de abril de 2007

No travesseiro e de olhos fechados...


Um bocejo de braços
em frente ao sol da janela ainda fechada pelo meu sono bêbado e
infeliz.

Às 7 horas do meio dia, minha pele tem sêde de mais travesseiros e mais segredos. Quero mais sono pra os meus desejos e
utopias de cinema sem luzes e
sem cheiros de pipoca e coca-cola light.
Os pingos da chuva seca do meu quintal, varreram a poeira da minha janela, mas deixaram cicatrizes de um banho incompleto e
anti-gozo... Um vento móvel e descartável de botões,

muda a posição dos meus cabelos e dos meus pensamentos. Eles uivam cifras de violãocelos descoloridos e desafinados pelos desafios.
Penteio meus cabelos com etílico e estrago doses de tic tac's com os fios adormecidos em minhas roupas.
Bebo o laranja do céu azul e faleço nas unhas do dia antes de ontem...






...Ops, a vida vacila no salto alto e na mini-saia do tempo, prostituta de si mesma!

terça-feira, 10 de abril de 2007

Descrição


Espirro
Abraço
Mãos
Boca fechada
Cabelos penteados
Olhos inconstantemente pretos
Frio
Arrepio
O tempo tiquetaqueando a espera
O sol se abaixando pra ver melhor
A lua, cadê?
Nuvens transparentes
Tosse
Dor da vida
Dor na morte
Sorriso
Gozo
Cansaço
Hã?
O celular tremendo
A cama desfeita
Refeita
O travesseiro atravessado
O chão descalço
Os pés encobertos
Dentes frígidos
Sangue nadando
Saliva viajando
Língua indecisa
Decidiu-se.

Ufa
Acordei!

segunda-feira, 9 de abril de 2007

Se bem que...


A primavera seria exatamente a estação onde celebram-se os aniversários... A troca de ano e de pele significa não mais que sorrisos a mais e cabelos a menos. Seria também propícia para regular nossas dores e fazê-las menos monstruosas diante da vontade de subir à tona mais uma vez (e é sempre a última...).
Hoje o dia acordou devagar e me fez ter mais sono que o de costume. Uma noite de línguas e cérebros dançantes, me deu a sensação de não ter podido ser menos eu nesta cama que não me perdoa.
A TV foi companheira em alguns risos surreais, mas vejo-me presa a sensações muitas que nem sei bem onde cabem dentro da confusão destas noite-a-noite.
Músicas que falam de estrelas e pranchas de surf me remetem a cheiros de vida que ainda não usei, vida esta que eu tenho nas mãos e nos cabelos preto-ou-castanho-escuro!
É incrível, senti ciúmes do meu ursinho de pelúcia, ele está sempre sorrindo e não precisa tomar banho pra não sentir calor... A santa inquisição que o meu ventilador não enxerga, está diante dos pesares que sinto e dos medos que me alucinam nas horas de olhares preso a não sei o que nem onde.
O celular não tocou ainda, e penso que ele esqueceu disso... Eu continuo esperando??? Não, ele vai deixar de ser orgulhoso, sei que vai... As músicas que nele habitam são para os nossos ouvidos, virtuais ou não!
Chega disso, vou voltar a dormir e falar de olhos fechados para o travesseiro apaixonado... Ele não consegue esquecer a janela que nos vela, janela esta que deixou de ser minha para ser do vento e da chuva... O sol a queimou e assim, cortaram relações!!!
Eu não, continuo me bronzeando com a pena e a língua daqueles que me fazem inimiga de mim mesma. Se bem que...

terça-feira, 27 de fevereiro de 2007

...todo carnaval tem seu fim!


Acredito mesmo que hajam erros no céu... Apontar alguém aqui, na terra de gigantes, para ir fazer parte do azul, é não ter a certeza de quão arco-íris nos é cada alguém que daqui faz parte!
Dentre cântigos e melodias de almofadas, creio que a vida poderia não ter prazo de invalidade. E diante de questionamentos muitos, por que só o gato tem 7 vidas??? Creio que o ser humano não saiba pular tão bem quanto o felino (que me perdoem os atletas), mas o enroscar-se por entre pernas e dizer EU TE AMO com a língua, o faz perfeitamente, e isso já seria merecedor de vidas muitas além de 7...
Levaram "mais um" da terra! E em meio às confusões de um tal carnaval, insisto em defender "erro de cálculo"!!!
Este UM chegara à pouco, e sem dúvidas, tinha muitas vidas no bolso... Quando afirmo que levaram-no erroneamente, reafirmo que nos sugaram um dos anjos do céu anil, pois em seus olhos e sorriso, havia estampado o passaporte que dava direito a uma eterna busca pelo pote do ouro!

Rui...
Sua vida como um todo fora este pote de ouro, e mais, sem egoísmos e falsos amores, você doou uma moeda, desse pote, para cada amigo que aqui ficou, e desta moeda, uma eternidade da sua pureza com cheirinho de ímpar, canonizou-se em nosso encontro de corpo e alma.
O nosso EU TE AMO ficará na intensidade da SAUDADE, com a diferença de que já te amamos por todo o sempre e o "sentir" sua falta será confortado com e neste amor!!!

A gente se vê, afinal, o mundo dá voltas muitas pra quem se ama!!!
...

sábado, 6 de janeiro de 2007

O tempo pára... (Tic tac)


Tic tac
Tic tac
Tic tac
Tic tac...

O meu relógio parou, mas o meu tempo ainda está dentro dele! Percebi que tenho o costume de olhar as horas porque tenho medo de perder a hora, tenho medo de que ela fuja de mim e me deixe assim, sozinha, sem os "tic tacs" que tanto me apaixonam!

Tic tac
Tic tac
Tic tac
Tic tac...

A manhã de hoje me trouxe cores e cheiros do ano passado. Ano que foi embora pela minha janela nova! Percebi que as horas passaram rápido enquanto eu fazia um replay dos sóis que que dormiram e das luas que acenderam. Tive saudades dos "tic tacs" que morreram com os fogos de ano novo. Tive vontade de pedir que voltassem e não pulassem minha janela, mas me deixassem mais "tic tacs"!
Andei pela rua lado a lado com o pôr-do-sol, conversávamos banalidades que me mostravam raios quentes de um novo ano que ainda não chegou. Minha pele bronzeou, e ficou da cor da saudade do sol, da lua que ainda não veio e do vento que ainda não chegou aos meus cabelos.
Perdi a hora, não teve jeito, ela foi sem mim pra lugar algum ou nenhum, mas me deixou com as cores do tempo que não se esvaiu no ralo do meu banheiro de cetim! O tempo continua no tic tac, e continua no meu relógio mudo e talvez surdo, já que não escuta meus obséquios de "não se vá", "fica mais um pouco", "não vá agora"...
Enfim, sou feliz sem o tempo do tempo, mas ainda estou à espera do tic tac que não fala!

sexta-feira, 5 de janeiro de 2007

5 de janeiro!


O fim de tarde é da cor dos meus pensamentos, que vagueiam por entre as janelas do ônibus que me leva a lugares indescritíveis e de formas plásticas, mutáveis de acordo com as chuvas que lavam os pára-brisas de borracha.

Enquanto penso em tudo isso, penso também no quanto eu poderia ter aproveitado meu último pôr-do-sol... Estava chuvendo, mas dava pra ver o sol sorrindo enquanto se banhava e dava cores à sua cor. Vi um imenso arco-íris formar-se por entre as cores do calor e do vento que passeava pelos meus cabelos (até dava pra imaginar um pequeno duende correndo em direção ao seu potinho de ouro)!

O fim de tarde acabou sendo da cor da tempestade, marrom e de humor frio! O céu aos poucos comeu o sol e arrotou uma imensa lua perolada e úmida.

Percebi que aproveitei sim o balé de detalhes que meus olhos enveloparam desse fim de tarde. Percebi que adormeci durante a chuva e sonhei com cada parágrafo aqui exposto!

Há mais vírgulas nesse sonhos, logo acrescentarei nessa tarde.