terça-feira, 3 de julho de 2012

Hoje não consegui abrir minhas janelas... Fechei tudo, inclusive as cortinas já gastas e sujas.
O sol não conseguiu invadir meu quarto e nem mesmo secou o travesseiro que molhei na noite anterior, na verdade, nas anteriores...
Como é difícil mudar certas coisas de lugar quando você gosta de deixá-las lá, ocupando exatamente aquele cantinho especial e único, que você mesmo deu espaço...
Só sei mesmo da enorme vontade de pegar um cometa qualquer e descobrir o mundo que existe fora desse meu, tão dolorido. Dolorido!
Cansaço, tristeza, incômodo, engasgo, tantos adjetivos pro meu hoje que parei de escrever agora mesmo.
Acho que to precisando lavar umas roupas e a mim mesma, como nunca o fiz.
Preciso me acostumar, só isso.

terça-feira, 19 de junho de 2012

Difícil mesmo é quando ao entrar no ônibus, buscar uma cadeira perto da janela, você se encontra extremamente alucinado pelo mundo que continua andando a pé lá fora.
E não há parada alguma que te faça correr, te faça fugir da continuidade de pensamentos que se cria durante um percurso de 20, 30 minutos.
Percebo que minha vida muda, a cada viagem que faço.
É como se a percepção do tempo, temperatura, pessoas, carros e lojas e casas, me incluíssem loucamente em cada detalhe.
Desde uma criança fazendo malabares para pedir centavos a uma senhora carregando sua sacola de luxo com produtos de luxo que saíram de uma loja de luxo.
Até mesmo aquela garrafa jogada impropriamente pela janela de um corola qualquer, ou o palito de sorvete que foi jogado erroneamente a centímetros do lixo, ou aquela moça que grita com seu mancebo ao telefone, ou a criança que pede pra atravessar a rua a seu modo, ou até os velhinhos de mãos dadas em uma tarde no Open Mall.
O cigarro que um dos lojistas fuma deliciosamente, o gole de chopp que um jovem toma de mãos dadas com sua amada-amante, os brincos que balançam na orelha da negra, o chinelo sujo do flanelinha que ajuda a estacionar o carro, as plantas regadas, os pratos dispostos na mesa de forma clássica, a música de elevador que toca ao chegar no L1.
São detalhes que tilintam nos meus ouvidos e me fazem andar de boca aberta, percebendo e somente percebendo.
Nada mais me envia saldos ou qualquer tipo de informação que seja.
Nada mais me inclui em nada que não seja tátil.
Eu me perco olhando.
Me perco muito sentindo.
E como é fácil perder-se e encontrar-se, Deus do céu...
Mais fácil ainda é querer que os detalhes perpetuem-se, seja na folha de sulfite, na folha do caderno de 2005, com aquela caneta velha que não saía do bolso a caminho da faculdade.
Hoje, além de saudosista, me encontro um tanto colorida, como numa caixa de caneta BIC.
E as últimas horas têm sido assim, de puro ópio e magia, qualquer uma que não seja negra (pois não há mais ausência de cores em minhas janelas) e não seja morta. Você chegou e me tomou, tomou gole por gole sem medo, sem receio, de olhos fechados e abertos, por vezes. E eu em você, já não me basto, já não sou mais. E todos os dias, sejam de sóis ou de chuvas ou de nuvens misteriosamente cinzas, eu creio ainda mais que amor seja isso, seja simplesmente isso que a gente vê no espelho... Sorriso bobo, lágrimas idem, cabelo arrumado, unhas roendo, pés e mãos e dedos inquietos e quietinhos quando você chega. Amor é o laço mais vermelho e mais completo em suas voltas e formas. Não basta por si. Não preenche nenhum lugar da casa que não seja com o suspiro do seu nome, do seu perfume e do seu tamanho (somos do mesmo tamanho, em todos os sentidos próprios). E é isso, exatamente assim, esse pleonasmo de pensamentos e formas e cores que tomam todo o meu rosto, cabelos, pelos e cor. Você chegou. Ponto.

domingo, 15 de janeiro de 2012

E escutando 'Racionais', pensando em toda realidade cantada, em toda realidade que não a minha de vida, de morte, de pensamentos e querer, sonhos e desejos, eu me imaginei vestindo preto por dentro e por fora... Por que não?
Sabe que você chega e me rouba a respiração ainda, né?
Sabe também que não entendo esse morde e assopra de todas as nossas perguntas e respostas inconscientes?
Você por vezes é gelado como um cubo desses de gelo no copo de Whisky. Noutros momentos é se chegando como gato de bar a embaraçar-se em nossas pernas por debaixo das mesas cheias de garrafas com cheiro e gosto de álcool.
A verdade é que muito se passou...
O tempo que temos hoje é tão imundo e seco que nem mesmo pra um sorriso é possível, já que é cortante.
E os ruídos que você faz, eu conheço todos, de olhos e boca fechados, um a um.
Você tem cheiros diferentes, mas não mudam.
Sua camisa ficou aqui.
Me apertei com ela e por um momento quis ser da mesma cor que ela, pra ficar bem em você, pra te caber, pra não sair do seu cesto de roupas, da sua cama depois de usada, do seu banheiro pendurada na maçaneta da porta.
Já pensou você me vestindo, passando seu desodorante, seu perfume e me deixando em você, com todo a sua textura e suor, e calor...
Eu hoje estou confusa.
Você saiu, chegou, ficou e saiu... E agora? Vai ficar? Vai ficar saindo?
Eu quis muito entender as datas e as imperfeições delas.
Quis também enxergar melhor seu peito, seus sonhos e querer, teus objetivos e medos, fugas.
Mas você é uma ostra.
E os dias não podem ser iguais.
Você não muda, mas eu mudo, mudei, estou mudando.
E aí?
Espero até quando esse relógio voltar a funcionar?
Ficar tateando no escuro sem saber se vou cair em algum lugar... Ficar te procurando onde não posso mais ficar!
Mas eu quero ficar, pior que eu quero.
E não sei até quando... Só sei que há muito estou aqui.
E a sensação de só andar numa esteira o tempo inteiro, não passa e me consome.
A cada olhar seu, toque, voar de mãos, passo com um dos pés, sorriso torto ou penteada no cabelo, eu fico à disposição, em 'sentido', me entende?
E poxa, não estou reclamando, mas estou te aclamando sempre e sempre.
Quer saber?
Estou aqui, oh.

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Você chegou.
Te reconheci.
Já havia estado ali.
Você... minha certeza!
Logo te encontrei.
Beijei sua face até sentirmos a paixão mais pura e perfeita.
Desejei parar o tempo.
Os segundos corriam de mim quase que te levando embora e eu os vivia como se durassem minutos, horas, dias...
Sempre...
Sempre?
Pra mim sempre é tudo que agora se faz eterno.

(Autor desconhecido)

sábado, 17 de dezembro de 2011

Droga!

Tive que chegar na ponta dos pés. Além de muitíssimo devagar e com aquele receio de pisar em alguma coisa que faça algum ruído medonho ou desastroso, tive que prender a respiração até chegar em frente a porta e colocar meus dedos na maçaneta.
Cheguei!
Abri a porta de madeira, estreita e silenciosa, quer dizer, tem aquele ruído de abandono ou de muito uso.
Você não estava lá.
Só havia aquela música no media player... Só havia um cheiro bom que invadia e adocicava meus dias, noites, madrugadas e frios na barriga adentro.
Que loucura esses frios na barriga. Não cessam. Não têm fim!
Bebi um copo de água e te esperei.
Você não veio...
O ritual de saída foi seguido, como no da chegada. Pés descalços, sapatilhas nas mãos e respiração paralisada.
Mas e você? Por que deixou a porta aberta e não me esperou? Não me deixou um bilhete na mesa preso por algum clip dodói ou novo, retirado daquela caixa cheirosa propositalmente?
Você está tão dentro de mim que nem mesmo eu te encontro mais.
Não sei em que parte se esconde ou me espera.
Nem mesmo um ruído seu me chega ao peito, aos pés.
E essa ânsia ofegante?
E esses arrepios todos, impaciência e saudade ilimitada e sem forma exata, cor.
Mas o seu cheiro não tem igual...
A caixinha de clips que o diga!
O mais incrível de ser professora, além da experiência incrível de exercer esta profissão, é receber uma afetividade sem tamanho de pessoas que te vêem nua e crua e ainda assim, te admiram e te querem por perto, querem te ouvir, aprender com você, querem saber quem é você e como você é além de ser educadora!
Agradeço mil vezes por este 2011 surpreendente dentro do Centec e de toda essa lindeza de Projeto que é o Primeiro Passo.
Agradeço muito a Deus pela clareza das idéias e pelos desafios que estão em minhas mãos.
Só tenho a dizer uma coisa: eu amo o que eu faço e amo mais ainda cada aluno, cada adolescente que eu cativei, que eu proporcionei momentos de educação, aprendizagem, descontração e... amor!
Vem 2012, vem!