quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

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Se perder é sempre tão fácil, e mesmo quando numa parada de ônibus qualquer você encontra um destino (esquerda ou direita?), por que não perdê-lo?
Tenho andado estupefata de tanta coisa me afogando, seja embaixo do meu chuveiro, ou mesmo em um banheiro por aí, onde só se encontra maus presságios e palavras de baixo calão rabiscadas com caneta de tinta vermelha...
Na verdade, nem andado tenho. Minhas pernas, roxeadas, têm se escondido das ruas e avenidas muitas que aprendi a percorrer angustiadamente. E olhando de um lado pra o outro sem medo, vejo que nem saí do lugar, e não sei porquê exatamente, mas não tenho dado um passo sequer, nem querendo.
Muitas mãos ao meu redor, cheiros multiplicados pela rotina, goles frescos e ferozes de água ou não, os tragos nunca mais pertenceram ao meu vício... To cansada!
Tem vezes que esta minha paz, que também é inquietante, me desloca e me joga a metros luz dos meus pensamentos, lá onde ninguém consegue sentir. Gosto de ficar lá por tempos inalcansáveis, mas quando retorno é algoz meu querer continuar, assim permanecer!!!

To sentindo aquele vazio que parece fome... Mas só parece, entende?
O que temos pra comer???

(e os sapos, por onde têm andado?)

domingo, 23 de novembro de 2008

cá com meus botões...


Tenho andado ocupada com meus botões, tirando e devolvendo-os...
Eu bem sabia que o coração tem vezes de arco-íris assim como vezes de só black.
Mas o meu tem andado oscilando entre black escuro e black claro (se é que as cores me permitem mais esta coloração).
E quando pincelo em outra cor, quando molho as cerdas do meu pincel em um potinho de outra cor, a tinta acaba derramando antes de chegar na tela, antes mesmo de eu completar a idéia de outra cor.
As andanças desta semana me deram roxos espalhados pelo corpo, resultado dos treinos de jiu jitsu preparatórios pra o dia 6, e me deram também festinhas com direito a funk e eu vestida de 'cachorra' do créu... inacreditável, não é?
Os risos me favoreceram, e como não só de funk sobrevive uma boa festa de 18 anos, também curtimos a batida perfeita de Tom Zé e de Gal (nada de Galsguita). Bomzim demais!!!
Tenho focado todas as minhas energias no meu kimono...
Tenho me voltado pra o frio na barriga que me dou conta todas as madrugadas...
Tenho estado em estado de eudaimonia...
Tenho me alimentado com mais fome que antes...
Tenho fumado bem menos do que gostaria...
Tenho bebido tanto quanto sempre...
Tenho feito mais coisas que eu imaginei pra o meu calendário de fim de ano...

Cirurgia remarcada!
Sorriso ainda nos lábios e nas mãos e nos pés...

Por hoje é só...
Certeza que não colocarei 'aluga-se' aqui.
Mas quem sabe no meu coração?


Sapos, preparem-se!

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

red...


E as ruas estão tão vermelhas (minhas janelas assim têm me mostrado)...!


O que será este vermelhão?





segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Cearês...


Pense num lugar pai d'égua! O ano todo com um calor de rachar o quengo. Toda noite tem comédia e o povo é bonequeiro que só! Tá pra nascer quem é cearense que não é amancebado com esse lugar. Tem é zé prum cabra conhecer aqui e depois querer capar o gato. Pode ser liso, estribado, vir de perto ou lá da baixa-da-égua. Qualquer um fica arriado quando vê as praias daqui. Fica logo todo breado de areia, depois se imbioca no mar e num quer mais sair nem a pau. Depois de conhecer a negrada então, vixe! Se o estado é bom assim, avalie o povo! Tem gente de todo jeito: do fresco ao invocado, do batoré ao galalau, dos gato réi às espilicute, do cabra-macho ao fulerage e muitas outras marmotas. Bom que nem presta. É por isso que nas férias dá uma ruma de turista, tudo doido por uma estripulia, porque sabem que isso aqui não é de rebolar no mato. Só precisa dar um grau ou uma guaribada aqui ou ali, mas mesmo assim, tá de parabéns.
Arre égua, ô coisa linda, macho, o Ceará...

Dentro dos meus últimos dias, tem cabido tantos risos de ruídos estranhíssimos e hilários...
Tenho encontrado corpos tão sutis, tão leves, tão instigantes...
Um certo temor me preenche a alma como um todo, e sei que isso não vai passar, eu não quero que passe, pelo menos não nas últimas 24h...
A intensidade tem sido minha razão de vida. Tenho feito tudo intensamente sem parar, sem querer parar. Até penso que isso poderia ser cauteloso, mas ao mesmo tempo também indago 'pra quê cautela?'...
Nada me faz mais gargalhadas que estar em contato com, que estar se encontrando em, que continuar pensando como.
Descobri o que há muito a interrogação me dizia. Descobri que não sou mais a única, e mais, descobri que não continuarei sendo a.
Sabe, quando entrei pra academia, entrei com aquela sêde de transformação, renovação, sabe? Hoje, estando também praticando uma arte marcial, o jiu jitsu, além da musculação, vejo que minha sêde mudou, em muito até. Não olho mais pra o meu corpo, não quero mais ele depois eu, não me preocupo com a transformação em si.
Agora quero mais que isso, quero cuidar de uma auto estima um tanto quanto valiosa pra mim. E além de tudo o que quero, estar em contato com a adrenalina do espelho, ganha mais espaço nos 'pesos' que pego e nos 'rolamentos' que executo. Issa!!!
A galerinha do treino é incansavelmente deliciosa... E não só pela energia inegável, maravilhosa, mas pela química que reina não só nas horas de broncas e de respiração firme, mas também nas sessões cinema sem pipoca e guaraná!
E é isso, dia 6 de dezembro teremos um campeonato (IV Copa Terra do Sol de Jiu Jitsu), e quem quiser ver qual é, chegue lá na FANOR, a partir de 8 da manhã!
Estarei de kimono, com um sorriso no rosto, à espera de sei lá o que... hasta!

Quanto ao fim de semana...
Um bocado alegre com pizza e coca-cola.
Sabe que tenho me amarrado neste frio na barriga chegando?

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

+++++ = ++++++++++++++++


E dentro das incontáveis vezes que meu dvd controlou a chegada de ''Los Hermanos - Na Fundição Progresso'' na minha vida, só posso agradecer por ele (este aparelhinho portátil e tátil) existir!
Músicas maravilhosas em versões idem, um dos melhores álbuns dos últimos tempos, de acordo com meu gosto musical...
Camelo e Amarante se despediram do público em grande estilo (terno e gravata sim) e da banda 'Los' deixando o gosto de ''não se vá''!
To adorando meu novo vício... play, play, play, play!
Dias grandiosos, sorrisos gratuitos e largos... Pele boa!
O meu quarto anda abandonado, mas quiçá eu não lhe faça companhia ano que vem, hã?
Seja de kimono, ou de calça de lycra ou mesmo de chinelo havainas, nada de malas, nada de outrem, e nadinha mesmo de lenços de papel...


Muito rímel, gloss, blush e... allstar!

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

enfim, só!


E não é que as cores dos últimos dias têm saído da rotina?
Não me rendo mais a baús ou sensações que tiram o sabor da comida, do açaí que não abandono, do brigadeiro de panela que sempre me devolveu à tona.
E mesmo tendo novos baús (sim, no plural), não vou me adiantar e apressar meu querer, minhas buscas e ou curiosidades. Quero paciência acima de qualquer tesão...
Tenho adorado minha nova rotina... E nela está incluída todo um trabalho de corpo, todo um trabalho de sedução, todo um trabalho de não adiar mais o que não deveria ser adiado.
Devolvi pra os meus prazeres o prazer em si, devolvi para as minhas manhãs de praia sozinha os sábados noturnos e domingos de pipoca com cerveja.
Tenho encontrado, me encontrado, bem mais diante do espelho, diante de tudo que cheguei a desacreditar que pudesse ainda ser palpável.
Creio que meus minutos estão sendo bem mais memoráveis, bem mais de tato...
Seja nas academias (jiu jitsu ou musculação), seja no meu quarto (diante deste espelho com
teclas), seja na minha rua, seja no stúdio da tattoo dele, seja no ônibus que nunca mais peguei pra aqueles lados, seja no sushi com a turma da terceira idade (melhor-idade), seja no vestibular, seja nas descobertas nítidas e ambiciosas, seja lá onde mais estou pensando em não colocar aqui, eu encontrei minha paz, e quero mais dela...
Quero bem menos emails, quero menos de álbuns, quero mais de amanhã às 10h ou às 14h.
Eu quero mais!
To com aquele sorriso bobo... aquele em que quando na rua, as pessoas olham e espirram inveja, ou uma curiosidade que dilacera, que deixa nossas mãos se benzendo de graça!
E sem a menor noção do quanto ainda vou sorrir, me apego à possibilidade de apaixonar-me por mim mesma, principalmente agora!!!
Mais que antes, tive a oportunidade de tirar o velho colete, e banhar-me das novidades que eu mesma criei pra o meu coração, pra minha pele, pra os meus dentes!
Não me preocupo mais com a roupa, nem com o allstar, mas com o cheiro que darei de presente, sempre e cada vez mais!

Ah, to feliz... pra dentro e pra fora!
Ufa...

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

(......................................................)


Eu juro que as minhas costas têm pesado mais que antes...

Não sei se por precipitações, sentimentos extras e vezes descartáveis por motivos muitos e colocados em ordem alfabética, ou por pessoas que não saem do peito me causando dores e um desconforto incalculável.
As vezes olho pela janela a minha vida, e vejo pouco do céu azul, vejo pouco das pessoas que amo realmente e gostaria que estivessem por perto, ou pelo menos me mandassem uma mensagem dizendo estar pensando em mim, dizendo estar por perto. Vejo pouco de uma solidariedade quanto aos sentimentos, quanto a dar a mão, quanto a se importar com o sorriso ou com a lágrima que insiste em cair, sempre na mesma hora, naquela em que a nostalgia finca raízes.
Talvez eu não me dê conta dos nomes que coloquei na cabeça, das fotos que guardei na saudade, do cheiro que ainda está na fronha.
Talvez eu esteja secando por dentro, e sentindo ao invés de vazio, a certeza de que estar aqui tem sido desnecessário... A minha vida tem sido um jogo que não sai do zero a zero, que não encontra o porto, ou pelo menos uma vela que norteie-a.
Tenho me distraído pouco, sonhado e tido pesadelos exacerbadamente... bebido muito, fumado idem. Tenho dito nada de prazeres quanto aos descobrimentos.
Minha amizade mais valiosa, sempre me segura nas mãos. Sinto que eu nem preciso dizer o que tem por trás do meu choro, ela sabe, ela consegue sentir.
E me agarro a isso, me agarro a oportunidade de nunca mais estar sozinha, embora eu tenha sim merecido. Me agarro à possibilidade de estar em paz, de ser sincera, de ser toda coração.
Na mesma proporção que vejo um precipício à minha frente, poucos metros da minha vontade de dar só mais um passo, penso no quanto amo demasiadamente minha mãe e meus amigos que ainda me soam nos risos. Penso no quanto eu me faria falta, no quanto devo ainda conquistar o que tenho forças para. Eu ainda guardo os recortes dos meus sonhos, e é disso que me vale não dar o passo...
Mas minhas costas têm pesado, meus pés estão doendo, minhas mãos secando e suando, meus olhos já nem abrem mais de tanto que escorreram... E é disso que falo, dessa dor de não ter mais paz...
Queria achar meu lugar fora daqui... é a única esperança que me resta, me achar fora daqui... a vida tá doendo como espinhos rasgando aos poucos cada pedaço de coração que ainda me cabe.
Mas ainda assim, mesmo sem vontade, sem força alguma, sem o respeito de alguns, ainda assim, eu continuo, eu vou pensar na esperança que não pode morrer.

Eu só quero paz!

Clarice Lispector.


'...Peço humildemente para existir, imploro
humildemente uma alegria, uma ação de graça,
peço que me permitam viver com menos sofrimento,
peço para não ser tão experimentada pelas
experiências àsperas, peço a homens e mulheres
que me considerem um ser humano digno de algum
amor e de algum respeito.
Peço a benção da VIDA!"

Dominguim...


E mesmo com tantas dores ainda doloridas, cascas de feridas sendo arrancadas bem devagarinho e a respiração difícil, me encontrei neste domingo (e me encontraram).
A praia sempre me fez bem, acho mesmo que é meu habitat natural, e que bom!
As companhias foram ótimas, ainda que eu tenha sido a titia do grupo bem e só feminino... Nada de tragos, então!
A tardinha chegou despretensiosa, mas tão convidadita, tão irrecusável, tão sorridente e tão tão... Ótimo, ótimo, ótimo!
Mas sabe, aquele gosto de desespero, de falta de compreensão, de ''meter com os burros n'água'',
me atrapalhou tanto no riso, na tranquilidade, no ''don't worry, about a thing''.
Por que ainda me machuca tanto não saber me defender?
Por que ainda falam em nomes, em sinônimos, em degraus que desci, em palavras que engoli, em bolsos escondidos com mãos e pés juntos?
Por que será que não me é dada uma chance de ser esquecida, de ser ignorada, de ganhar indiferença de quem preciso?
Pra que tanto alarde?
Dói, sabia?
Dói a ponto de ser inconsequente!
Prefiro não saber o que acham, o que ainda afirmam, o que ainda é justificável pra sicrano e fulano...
Eu prefiro mesmo o ''fingir'' que não viu, o ''dar de ombros''...
Nossa, prefiro.
É impossível cicatrizar algo desta maneira, neste espaço de tempo que não me deixam criar...
Nem mesmo o café, o almoço, o lanche e o jantar aguentam minha ausência.
Ninguém mais aguenta meu nome...
Ninguém tem o direito de repetí-lo tanto, sem fundamento, sem propósito, sem um porquê real e de alguma forma prazeroso.
É prazeroso falar tanto, sem ouvir?
É fácil mesmo ser sem ver?
To tão cansada...
Tão esgotada...
Tão triste...
E isso se deve ao meu nome, a este incansável nome aos olhos, ouvidos e bocas que não se cansam, não se vão de mim!
Faço um apelo daqueles de cartazes de cartolina com recortes e letras de cola colorida:
Sejam indiferentes!
Matem, matem, matem!




O dragão abraçou-nos, e o MAC que o diga...

A pedra. A madeira. O ferro. O barro. A água. A folha.
O couro. A palha. O fio.
O amor. O carinho. A alegria. A tristeza. A ira. A saudade.
A inspiração. O desejo.
A natureza dá matérias às coisas e sentimento aos homens.
É então que acontece a mágica: o homem mistura os sentimentos às coisas e faz sua obra de arte. E em cada obra do homem reside, por trás de sua aparência, um tanto de substância mais um
tanto de humanidade.
Cada boneco de barro traz uma história de vida.
Cada toalha de renda, uma fatia de tempo.
Cada cesto de palha carrega, possivelmente, algumas lembranças.
Cada chapéu de couro cobre emoções desconhecidas.
Cada pintura, cada escultura, cada entalhe, cada detalhe, todas as formas de arte contém um universo e um indivíduo.
História.
Vida.
Tempo.
Lembrança.
Emoção.
Sentimento.
Cada obra feita pela mão do homem tem a sua alma.
E é quando cada uma delas toca o coração de outro homem que as almas, enfim, se encontram!
[Por mim!]

domingo, 9 de novembro de 2008

Orquestra Imperial


"Pela primeira vez"


Pela primeira vez na vida
Sou obrigado a confessar que amo alguém.
Chorei quando ela deu a despedida
Ela me vendo a chorar chorou também.

Meu Deus, faça de mim o que quiser,
Mas não me faça perder
O amor desta mulher.

Na estação, na hora de partir o trem,
Ela me vendo a chorar chorou também.
Depois fiquei olhando a janela,
Até sumir numa curva o lenço dela.

Se meu amor não regressar, irei também
À estação na hora de partir o trem.
E nunca mais assisto uma partida
Pra não lembrar mais daquela despedida.

sábado, 8 de novembro de 2008

Sábado...


Não me canso de sentir, pensar, estar presente nestes meus sonhos, com ou sem álcool.
Tem sido curto o espaço de tempo entre mim e o tempo, entre mim e Deus, entre a minha fome e sua sêde.

Guardei meus melhores pedaços de chocolate meio amargo,
guardei minhas melhores defesas contra piadas de péssimo gosto,
guardei os meus segredos pra os ouvidos do meu tamanho,
guardei você e assim será!

Guardei minha chave de cadeia,
guardei também meu coração que ainda pulsa firmemente,
guardei o mau humor alheio na minha lata de lixo nova,
guardei confidências de mim pra mim sobre ela,
guardei a fotografia daquele caráter,
guardei, finalmente, as tentativas que não farei para com.


Decido todos os dias:
ser mal educada,
ser o mais infiel possível,
ser impaciente,
ser desagradável,
ser áspera sim porque é preciso,
ser fria,
ser calculista,
ser vingativa,
ser abnegada,
ser insuportável,
ser parasita,
ser mentirosa,
ser psicopata...
(Aos teus olhos)

Decido todos os dias:
ser feliz,
ser hoje e sempre,
ser indiferente a certas inteligências (não emocionais),
ser perseguidora dos meus sorrisos (custem lá o preço justo que for),
ser linda,
ser forte,
ser insistente,
ser autêntica,
ser sem precisar de algo ou alguém,
ser nua,
ser crua,
ser real,
ser contra a falsidade, os sentimentos maqueados,
ser a favor do que acredito,
ser contra o que não acho justo,
ser toda coração!
(Aos meus, porque vale mais assim!)

Sabe, é tão complicado ser ser humano quando as pessoas te avaliam, te testam, te usam em experiências que provem a elas mesmas algo que ninguém pode provar.
É triste ser passiva de atitudes que te julguem como um objeto, como alguém que não vale nada, como uma criatura incapaz de amar e ser amada.

De que é feito a vida senão de erros irreparáveis aos olhos alheios?
De que vale o seu julgamento se em mim, dentro do que sei que é melhor pra mim, sua palavra e idéia só vale pra um riso de canto de boca?
Quem é que pode se achar no direito de apagar os sonhos do outro com piadas, pedras, arrogância e superioridade (inferioridade)?

O ser humano só pode estar ficando definitivamente louco...
Loucura essa que tira ele do valor de tato, da sensibilidade, da noção de espaço frente aos outros que também ocupam este.
As pessoas estão cegas, porque o espelho é a única coisa valiosa, é a única parte delas que ninguém é capaz de compreender a fundo, e sentir algo que não seja pena...


Eu, hein!
Xô...


sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Florbela Espanca!


"Meu mundo não é como o dos outros.
Quero demais, exijo demais;
há em mim uma sede de infinito, uma angústia constante que eu nem mesma compreendo, pois estou longe de ser uma pessoa;
sou antes uma exaltada, com uma alma intensa, violenta, atormentada, uma alma que não se sente bem onde está, que tem saudade...
sei lá de quê!"

(sem título)


E por que sempre olho pra o celular e guardo a vontade de ser mensageira de mim mesma?
Não é fácil segurar a embriaguez das mãos, da cabeça, do coração!
Todos me levam pra o mesmo número, nas horas de sempre, na fome de sempre, na certeza de sempre!
Ontem não me soltei, paraplegicamente sonhei acordadíssima com você no display do meu celular! Mas que nada, você não vem, não vai vir, não quer mais meu número, nem sequer o tem!
As interrogações têm corrido comigo os kilômetros que fujo desse engodo de sensações e sentimentos e incontroláveis sentimentos!
Mas que fazer?
Nada mais a ser dito, pelo menos virtualmente não, sei que não!
Que vontade de deitar os goles primeiros, os tragos escondidos, as mãos, os ruídos das risadas, a sunga, o biquíne, a topic velha...



Meu relógio parou!

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Sim, Caio é preciso!


"(...)e numa louca corrida
entregarei meu ser ao ser do Tempo
e minha voz à doce voz do vento.
Despojado do que já não há
solto no vazio do que ainda não veio
minha boca cantará
cantos de alívio pelo que se foi
cantos de espera pelo que há de vir."

Já vou?


E este coração?

Nas mãos,
o que tenho?

E estes calos de areia nos pés?

E essa minha pele,
desbotando?
E meus cabelos?

Essas unhas com esmalte amarelo,
alcançam?

Essas olheiras cegas,
quem vê?

E os ouvidos,
quase sempre inofesivos?

Que faço com a língua,
paraplégica?

E o peito,
com que mão acalento?


Goles,
tragos,
suor,
saliva,
açúcar,
gelado,
mãos,
pés,
braços,
risos.


...oi e tchau!
(Já vou!)

quinta-feira!

Vai entender o ser humano... Eu juro que cá na minha tenda, roendo meu osso, não consigo enxergar que cheiro é esse há centímetros atrás de mim!
Mas enfim!!!
Hoje um dia cheio de nuvens, de cores nebulosas e de tamanhos variáveis... Mas nuvens!
Comi uns pedaços de cada uma que consegui alcançar, e dentre uma mastigação e outra, percebi espinhas como que de uma arraia, enormes e fatais e cheias de veneno sim!

Cof cof cof...

Vocês conhecem o programa http://www.verificador.net/ ?
Gente, é o que há de mais moderno...
Neste programinha aí, você visualiza quem te bloqueou no msn, e mais, também lhe é dado (confidencialmente) quem te excluiu da listagem do messenger.
Não que isso seja lá uma descoberta inprescindível pra os meus dias atuais, assim como o secador de cabelo e a escova de dentes, mas sabe que alguns pontos de interrogação se vestem de exclamação?!
Vale a pena dar uma espionada... é legalzim que só!
Bom, pegarei minha vassoura neste momento e vou começar uma varredura virtual... Radicalmente decidi limpar-me dos olhos e ouvidos do rei!
Jeronimoooooooooooooooooooooooooooooooooooooo...

Ah, 'una' pra você, viu?

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Los Hermanos do baú!


''Quem sabe"

Quem sabe o que é ter e perder alguém?
Quem sabe o que é ter e perder alguém?
Quem sabe o que é ter e perder alguém?
Sente a dor que eu senti
Quem sabe o que é ver quem se quer partir
E não ter pra onde ir
Faz tanta falta o teu amor...
Te esperar...
Não sei viver
Sem te ter não dá mais pra ser...
Assim
Quem sabe o que é ter sem querer pra si?
Não quer ver outro em mim
Não fala do que eu deveria ser
Pra ser alguém mais feliz
Faz tanta falta o teu amor te esperar
Não sei viver sem te ter não dá mais pra ser assim

quarta-feira...

Meu dia escorreu rapidamente pelo ralo... E tem sido assim, ultimamente tudo tem sido exatamente desta maneira, escorregadia!
Alguns pulos a mais pelas calçadas que me levam pra academia, me mostraram tanta satisfação em estar com estas dores hoje (e ontem também). Não sei como, mas gosto, tenho gostado das dores que me carregam pra lá e pra cá, nunca cá no sentido próprio.
Parecem instantes de uma saudade doída, mas fiel a mim, ao que tenho buscado não sentir, não me render a sentir. Mas não posso fechar meus poros, não posso simplesmente proibí-los de seguirem suas rotas, seu funcionamento normal. É isso, meus poros ainda são da saudade, mas por ora... Isso vai mudar!
Risos muitos me afogaram de esperanças, destas que chegam mansamente e sem cheiro, sem gosto, invisível! É bom ter esperanças novas, sem traças pelo meio ou cores de mofo. É bom respirar, ainda que sem a menor vontade, e eu diria, vocação!
Terminei Herman Hesse, ando coçando o ócio e piscando pra mais descobertas do tipo... 'O Lobo da estepe' me deu frios na barriga de tanto que me senti viva nas páginas, e viva no mais amplo significado... Creio ter sim bichos muitos entranhados em minha pele, pescoço, cabelos e boca... Creio mesmo!
Uma noite gostosa pra se dormir, sem se deixar perceber pela insônia...
Uma bela noite de estrelas pouquíssimas, mas de goles grandes e fartos de um amor inacabável e fielmente ligado na tomada, sem qualquer outro plug atrapalhando.
Uma noite de janelas abertas, ventos convidados e uma escuridão semelhante aos votos de meu coração mal amado, mas bem castigado frente ao que meu corpo um dia cavou em si mesmo!
Um vazio no meu sorriso preenche a fome que sei que tenho.
Minhas costas doem, e como se nada fosse maior ou mais importante, me deito e espreito o que gosto de lembrar, incessantemente gosto sim!
Dou de ombros pra os conselhos, pra os nãos, pra os sins, pra quem quer que seja me dizendo isso e aquilo, me contando dela e deles, me mostrando o tudo e o nadinha que me é alcansável!
Deixa que este meu câncer tome conta de todo a minha cor, meu peso, minhas formas, meu tamanho.
Deixa que isso tudo que é tudo, transforme-se na catarse que eu não deixo acontecer!
Já ouvi demais, falei de menos, já vi o que há, já percebi, já contei nos dedos as gotas que meu travesseiro tem bebido... Já decorei os nãos e os sins...
Ainda assim, já vou mas você fica!
(Alguém sabe que bichinho é este na foto?
Um doce pra quem acertar...)

eu, sem palavras... dei-as à Kerouac!


Hum, sei não...
To achando que as palavras saíram voando por aí, pulando de dicionário em dicionário, e deixaram minhas teclas sem a menor noção de onde procurar por elas...
Que eu faço agora?
Falo de política,
culinária,
da última corrida do Felipe Massa,
da violência,
de drogas,
de teatro,
de cinema?
De que escrevo? Como vou escrever? Como penso sem palavras?
Como?
E tem mais,
(não, não tem, só menos)!
Já sei,
vamos de poesia...
Gosto de pregá-las aqui...
Estampar gostos,
cheiros e
tamanhos de pessoas através de seus romantismos com as letras,
com a alma.


"Eu só confio nas pessoas loucas,
aquelas que são loucas pra viver,
loucas para falar,
loucas para serem salvas,
desejosas de tudo ao mesmo tempo,
que nunca bocejam ou dizem uma coisa corriqueira,
mas queimam,
queimam,
queimam,
como fabulosas velas amarelas romanas explodindo
como aranhas através das estrelas."

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Cadê... os posts?



Não to conseguindo me fazer presente aqui, nessas linhas imaginárias...
Cadê?
Cadê as propostas, a caderneta de anotações, as idéias na madrugada, as dores, os antiinflamatórios?
Cadê minha vontade de resetar coisas e coisas das coisas?
Cadê eu nessa página virtual e em branco (não to conseguindo virar a página)?
Acho que estou em greve... em roam... fora da área de cobertura...
Estou temporariamente sem idéias pra posts!



"Fica boazinha dor!"
(AnaCristinaCesar)

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

sem... título!


Sem palavras,
sem idéias,
sem inspiração,
sem sequer pontos de interrogação!
To sem...


"Tudo isso me perturbava porque eu pensara até então que, de certa forma, toda minha evolução conduzira lentamente a uma espécie de não-precisar-de-ninguém. Até então aceitara todas as ausências e dizia muitas vezes para os outros que me sentia um pouco como um álbum de retratos. Carregava centenas de fotografias amarelecidas em páginas que folheava detidamente durante a insônia e dentro dos ônibus olhando pelas janelas e nos elevadores de edifícios altos e em todos os lugares onde de repente ficava sozinho comigo mesmo. Virava as páginas lentamente, há muito tempo antes, e não me surpreendia nem me atemorizava pensar que muito tempo depois estaria da mesma forma de mãos dadas com um outro eu amortecido — da mesma forma — revendo antigas fotografias. Mas o que me doía, agora, era um passado próximo."
(CaioFernandoAbreu)

sábado, 1 de novembro de 2008

Vanessa da Mata


"Amado"

Como pode ser gostar de alguém
E esse tal alguém não ser seu
Fico desejando nós gastando o mar
Pôr do Sol, postal, mais ninguém
Peço tanto a Deus
Para esquecer
Mas só de pedir me lembro
Minha linda flor
Meu jasmim será
Meus melhores beijos serão seus


Sinto que você é ligado a mim
Sempre que estou indo, volto atrás
Estou entregue a ponto de estar sempre só
Esperando um sim ou nunca mais


É tanta graça lá fora passa
O tempo sem você
Mas pode sim
Ser sim amado e tudo acontecer
Sinto absoluto o dom de existir, não há solidão, nem pena
Nessa doação, milagres do amor
Sinto uma extensão divina


É tanta graça lá fora passa
O tempo sem você
Mas pode sim
Ser sim amado e tudo acontecer
Quero dançar com você
Dançar com você
Quero dançar com você
Dançar com você



Dia de Marcelo Camelo, mas Vanessa da Mata acordou com minha insônia...
Não saiu da vitrola até a hora da mochila!
Cá está!
Lindíssima...

nada!


Nada de show,
nem de solidão com Marcelo Camelo no palco e pior que isso,
nada de saudade à queima roupa...
Nada de remédios hoje,
nada de Fortaleza à noite,
nada de mim na grama verde que um dia teve promessas...
Nada será mais meu diante de hoje, de ontem, de quinta-feira...
Nada de nada, como diria Edith Piaf, "Non, rien de rien''!
Nada de cabeça quente e pensante em como, quando e onde.
Nada de lembranças do baú que foi ao mar (pra não mais aqui voltar).
Nada dele, dela, deles, daqueles e daquelas.
Nada desse nada que se tornou hoje, amanhã e certamente depois de.


Nada do que esperei,
nada do que senti (ainda sinto por?),
nada do que respirei e
nada do que ouvi e falei.
Nada de antes e depois, só agora e já!
Nada, nada, nada, nada.
Nada na tv, nem no rádio, nem na cybervida (quase morte), nem nos blogs, nem nas minhas veias.
Nada nas unhas além do esmalte vermelho, colorindo o crescimento e o falecimento dos roedores,
nada das mãos (ainda mais agora),
nada nos pés,
nada no corpo.
Nadinha, nadinha, nadinha!


Ela beija, ela abraça, ela deita, ela delira.
Eu coço, eu penso, eu lembro, eu saio, eu pulo, eu não volto mais!


Nada da Lília.
Nada de Sousa.
Nada de Oliveira.
Nada do meu antigo nome.
Nada da minha identidade secreta pelas madrugadas e luas afora.
Nada dos ingressos comprados além do preço.
Nada das escadarias da minha imaginação!


Já vou!

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Sábado, dia 1º - Praça Verde (Dragão do Mar)

''E na hora do show, a solidão!'' (Por Joice Nunes)

Meu ingresso tá suando no bolso da calça, e manchando a data, a hora e o lugar.
Um trago, um gole e nada mais!
''Janta'' - Marcelo Camelo
Eu quis te conhecer mas tenho que aceitar
caberá ao nosso amor o eterno ou o não dá
pode ser cruel a eternidade
eu ando em frente por sentir vontade
Eu quis te convencer mas chega de insistir
caberá ao nosso amor por o que há de vir
pode ser a eternidade má
caminho em frente pra sentir saudade



quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Cordel do Fogo Encantado

"Palhaço do circo sem futuro"
Sou palhaço do circo sem futuro
Um sorriso pintado a noite inteira
O cinema do fogo
Numa tarde embalada de poeira
Circo pegando fogo
Palhaçada
Circo pegando fogo
E a lona rasgada no alto
No globo os artistas da morte
E essa tragédia que é viver
E essa tragédia
Tanto amor que fere e cansa





Quinta-feira 13!!!


A quinta-feira chegou!
Se tocarem a campainha, não estou!
Aliás, estou pra ninguém!!!

Nada de posts hoje, amanhã talvez!
Mas hoje não, não, não e não!

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Quarta-feira.


E tenho segurado firme o fio de nylon que tem me sustentato pela cintura... Ele me rasga a pele aos poucos, e isso dói mais ainda, o 'aos poucos'.
Quando sóbria, vejo e percebo as coisas como em filmes matemáticos, ou cálculos renais. Talvez eu sinta o cheiro do gás de cozinha, ou veja a sombra de uma mosca, romanticamente. Eu consigo bronzear meus sentidos com todo o temor que o sol não me causa, não encaixa em mim, na minha cor...
E não é que mesmo estando assim, medonhamente aguçada, ainda prevejo as fugas do clarão de meu quarto? E as batidas das janelas, medrosas e de gostos por vezes duvidáveis quanto ao sexo, quanto à cor do sexo.
Nada de travesseiros, mas o cansaço me reina. Meu corpo tem estado sólido nos pés, uma forma estranha de me gritar por socorro, eu diria.
Os olhos não dançam mais, e minhas olheiras estão sem fim... Mas meu corpo está pendendo. E não há sequer o que ser feito, eu preciso arrastá-lo por aí, aqui não podemos ficar tanto tempo!
A morte beira, e a vida está em seu balancinho de fim de tarde.

Jusqu'à demain!
Jusque-là, qui sait!

Bom dia, Dylan!


''E A MORTE PERDERÁ O SEU DOMÍNIO''

E a morte perderá o seu domínio.
Nus, os homens mortos irão confundir-se
com o homem no vento e na lua do poente;
quando, descarnados e limpos, desaparecerem os ossos
hão-de nos seus braços e pés brilhar as estrelas.
Mesmo que se tornem loucos permanecerá o espírito lúcido;
mesmo que sejam submersos pelo mar, eles hão-de ressurgir;
mesmo que os amantes se percam, continuará o amor;
e a morte perderá o seu domínio.
E a morte perderá o seu domínio.
Aqueles que há muito repousam sobre as ondas do mar
não morrerão com a chegada do vento;
ainda que, na roda da tortura, comecemos tendões a ceder, jamais se partirão;
entre as suas mãos será destruída a fé
e, como unicórnios, virá atravessá-los o sofrimento;
embora sejam divididos eles manterão a sua unidade;
e a morte perderá o seu domínio.

E a morte perderá o seu domínio.
Não hão-de gritar mais as gaivotas aos seus ouvidos
nem as vagas romper tumultuosamente nas praias;
onde se abriu uma flor não poderá nenhuma flor
erguer a sua corola em direcção à força das chuvas;
ainda que estejam mortas e loucas, hão-de descer
como pregos as suas cabeças pelas margaridas;
é no sol que irrompem até que o sol se extinga,
e a morte perderá o seu domínio.

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Mais de Dylan...


"Poesia é aquilo que me faz rir,
chorar ou uivar, aquilo que me arrepia as unhas do dedo do pé,
o que me leva a desejar fazer isso,
ou aquilo, ou nada!"

Cheers e Hesse!


O celular me avisou o que já estava marcado e eu podia ir ao encontro de. Fui!
Nossa, lugar bom, cigarrinho e companhias novíssimas (não no sentido próprio) e deliciosas. O papo por vezes descarrilhava por entre assuntos por mim desconhecidos, mas nem por isso assim permaneceram. Ótimo, ótimo, ótimo!
Fui descaradamente corrompida a escutar Beattles, mas Tom Zé deu o tom... Ih, mas rolou de tudo, de Bob cantarolado a caminho da Washington Soares à Rita Lee e seu ''desculpe o auê'' à procura de lugar algum.
E vamos combinar, a cerveja com tequila causou, não foi? Os tragos imersos na mistura sal e limão e 'cheers', causou!
Pit stop 1h da manhã na Romana (porque não havia nenhum bar aberto, legalzim, em plena segunda-feira. Aliás, por que, hein?) pra sushi e Heineken e Jô e Genival Lacerda e fotos com canudos e caras e bocas. Ótimo, ótimo, ótimo!
Em casa, de volta, bateu um frio na espinha como que anúncio, preparo. Não é medo, pode ser pitadas de insegurança, pode ser só isso, mas este frio me deixou espreitando a madrugada toda, e mesmo com o galo do vizinho anunciando seu trabalho vocal, não consegui deitar meus olhos. E assim tem sido, assim, medonhamente!


Vamos a uma boa leitura, então:
Herman Hesse - "O Lobo da Estepe"
(Trechos)

''(...)Pois o que eu odiava mais profundamente e maldizia mais, era aquela satisfação, aquela saúde, aquela comodidade, esse otimismo bem cuidado dos cidadãos, essa educação adiposa e saudável do medíocre, do normal, do acomodado..."

''(...)Estou curioso por saber até que ponto um homem pode resistir. E quando alcançar o limite do suportável, basta abrir a porta e escapar!"


segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Dylan Thomas, o mais difícil da paróquia!

''Poema Em meu ofício ou arte taciturna''

Em meu ofício ou arte taciturna
Exercido na noite silenciosa
Quando somente a lua se enfurece
E os amantes jazem no leito
Com todas as suas mágoas nos braços,
Trabalho junto à luz que canta
Não por glória ou por pão
Nem por pompa ou tráfico de encantos
Nos palcos de marfim
Mas pelo mínimo salário
De seu mais secreto coração.
Escrevo estas páginas de espuma

Não para o homem orgulhoso
Que se afasta da lua enfurecida
Nem para os mortos de alta estirpe
Com seus salmos e rouxinóis,
Mas para os amantes, seus braços
Que enlaçam as dores dos séculos,
Que não me pagam nem me elogiam
E ignoram meu ofício ou minha arte.

quase grávida...



Vontade incomensurável de tragar, de comer, de beber, de me lambuzar, de me perder, de me trazer de volta, de trazer de volta os cheiros e as texturas, de ir, de não deixar de ir...
Sabe aqueles desejos de grávida? Nada de gravidez, ui, mas o desejo permanece de igual pra igual!
Fiz um desjejum legal hoje, rolou até umas azeitonas. Mas sei lá, nem a coca-cola sem gás se tornou mais vazia que meu desejo! E digo vazio no sentido da coca-cola sem gás... Manja?
To cansadinha das músicas que tenho salvas neste meu windows. Queria outras... Alguém me ajuda? Não que Mallu, Camelo e Little Joy sejam cansativos ou coisas que o valha. Nada disso, tenho me apaixonado sempre por cada acorde que acompanho estalando os dedos. Mas é que as novidades, estas que tem aberto meu baú, deram uma sêde de outras melodias, outros solos de guitarras e finalizações de violino!
Na verdade, tenho gostado do que é velho... E nisso culpo o Queen de estar entrando no meu media player...
Nem pensei mais nas unhas roídas, nem nos cabelos que consegui arrancar tentando ser bidú... Não me rendi ao tremor e gelo das mãos. Passou, passou, passou!


O que me deixa mais enjoada agorinha, é não conseguir mudar o canal do caso Eloá... Sensacionalismo e audiência andando de mãos dadas e assumindo o tórrido romance!!!
Fala sério...

Comentários e diagnóstico...


Tá bom, tá bom... Também concordo que o bom deste blog, uma das coisas boas, é sim os comentários que recebemos!
Hasta!!!

Nem dormi, a insônia me deixou de pés e olhos andantes até pela manhã apontada!
São tantos pensamentos rodeando meu travesseiro, tantos medos, tantos sonhos que prefiro evitar, tantos tantos.
É inevitável, né? Inevitável não roer minhas unhas, não morder o canto dos lábios, e nem mesmo franzir as sobrancelhas...
Está sendo difícil, a constatação tá chegando, como será ler o diagnóstico?
Ainda tenho goles e tragos, blogs e mesas, filmes e mais de uma agenda já inclusa no meu novo baú!
Vamos lá?

Já vou!!!

domingo, 26 de outubro de 2008

E você também me traz Stephen Crane!!!



"No deserto
Vi uma criatura, nua, bestial,
que, de joelhos,
Segurava o coração nas mãos
E o comia.
Eu disse: "É bom, amigo?"
"É amargo -- amargo," ele respondeu;
"Mas eu gosto
Porque é amargo,
E porque é meu coração."

''...


''Não é necessário sair de casa.

Permaneça em sua mesa e ouça.

Não apenas ouça, mas espere.

Não apenas espere, mas fique sozinho em silêncio.

Então o mundo se apresentará desmascarado.

Em êxtase, se dobrará sobre os seus pés.''


o baú...


Tento ao máximo, todos os dias, fechar meu baú. Dou uma olhada rápida, só uma rápida bisbilhotada pelas coisas que sempre guardei com tanto entusiasmo. Sei que por vezes a poeira que se instala lá dentro, me faz muito mal. E sei também que este impulso de 'sim, vou abrir o baú', me deixa cada vez mais dependente, mais triste, mais fora do hoje que deve sim estar cada vez mais alimentado. Sei das consequências que me cabem, sei também que de nada adianta sentir esse tipo de saudade. Sei, e como sei, que devo cultivar outros baús, como por exemplo um baú do amanhã... Ele já existe, já me deram de presente muitas coisas. E por que não tenho guardado?

Nem consegui abrir minhas janelas hoje... Decidi ficar deitada, ouvindo algumas músicas, pensando, pensando, pensando bem longe. Meu travesseiro e minha boneca super-poderosa Lindinha, me deram os abraços que estava precisando. Não eram bem estes com os quais sonho, tenho sonhado mais que nunca, mas me senti aconchegada. Não chorei, não senti vontade. Mas estou triste. Isso não me envergonha, não faz menos alguma coisa, sei dos calos que me doem e deixo que doam sim.

Eu tenho certeza de que minha postura poderia ser outra. E deve ser a partir de quando eu me decidir que tem que ser diferente. Não espero mais nada, e como Caio Fernando Abreu, também não desespero. É só uma tristeza, só isso. Não são esperanças, nem mesmo frios na barriga ao pensar. Nem ao menos há batidas a mais neste coração. Não há nada, a não ser uma saudade deslocada e uma tristeza empoeirada... Isso se resolve!

Tenho muito a fazer por mim, e tenho merecido fazer cada vez mais...

Se as portas ainda se fecham e eu não tenho tido a atitude de descarrilhar as janelas, só posso ter certeza de que ainda não posso fazê-lo. E dentre os motivos muitos que me levam a assim constatar, está que cada sentimento tem seu tempo de dizer ''olá'' e de dizer ''já vou''. Não adiantaria se eu me adiantasse e dissesse esses ''olás'' agora... Não quero, não há tesão pra isso. Não há cheiro, cor que me chame, que me convença.

Bom, já vou!

sábado, 25 de outubro de 2008

Acorda, menina...


Oo, ooo
Lá, lá, lá (3x)
Oo, ooo
Lá, lá, lá (3x)
(Acordei ouvindo ''Mart'nália'' em algum lugar da casa... Delícia!)

Sacodindo os lençóis e o travesseiro e a preguiça, sem dar bom dia, porque ainda não olhei a cara do meu sol!

Mas dando umas voltas por aí, descobri um sábado maravilhoso à minha frente.
Pra que mofar em casa pensando em um baú cheio de poeira e de uma saudade fúnebre, nada degustável?

Tenho agora em meus ouvidos, ''Little Joy'' (Amarante e o seu inglês são excitantes!!! Me amarrei)...

Vamos lá, abrir as janelas, deixar o vento balançar aqui dentro deste quarto.
Há muito não vejo minhas janelas sorrir, gargalhar com as cócegas que as cortinas e o sopro da poeira lhes dão!!!
Voltar da academia a pé, é sempre muito bom, ainda que suar a camisa assim não seja lá tão bom quanto beber uma água de côco bem gelada, mas gosto de ficar observando as pessoas passando por mim, estejam estas à pé, como eu, ou de carro, bicicleta... Gosto de ouvir os gostos, as reclamações que vezes acabo escutando dentro de uma conversa passando por mim. Gosto também de procurar cachorros em seus portões, ou ver as crianças se preocupando em não soltar as mãos dos pais ou tomar logo o sorvete, antes que ele saia voando por aí...
Cheguei em casa renovadinha. Nada da noite passada doendo hoje, só uma expectativa ali e uma ansiedade chegando agorinha!

Meu ingresso do Marcelo no bolso, e as músicas já me convidando pra chegar lá, em ponto, em ponto, em ponto!

Um almoço, umas risadas com meus cachorros carentes, uma impaciência normal dos fins de semana, uma sêde, um calor grudento que não cessa e um ''até daqui a pouco''!

E você chega e me apresenta Dylan Thomas!


"AMOR NO HOSPÍCIO" (Dylan Thomas)


Uma estranha chegou
A dividir comigo um quarto nessa casa que anda mal da cabeça,
Uma jovem louca como os pássaros
Que trancava a porta da noite com seus braços, suas plumas.
Espigada no leito em desordem
Ela tapeia com nuvens penetrantes a casa à prova dos céus
Até iludir com seus passos o quarto imerso em pesadelo,
Livre como os mortos,
Ou cavalga os oceanos imaginários do pavilhão dos homens.
Chegou possessa
Aquela que admite a ilusória luz através do muro saltitante,
Possuída pêlos céus
Ela dorme no catre estreito, e no entanto vagueia na poeira
E no entanto delira à vontade
Sobre as tábuas do manicômio aplainadas por minhas lágrimas deâmbulas.
E arrebatado pela luz de seus braços, enfim, meu Deus, enfim
Posso de fato
Suportar a primeira visão que incendeia as estrelas.

(tradução: Ivan Junqueira)

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Bom dia???


Ih, mas que coisa... Que gente cansativa! Blah...

Nada de bom dia, as pessoas não sabem bem como dizer isso com atitudes, né? De que adianta atender o telefone, proferir tal cumprimento e articuladamente te destratar por não saber (ou não querer?) te dar uma informação? Antes nem atendessem, deixassem o aparelho lá, gritando. Ele ficaria sem voz com um tempo, pelo menos rouco dá pra ter certeza de que sim.

Alguém pode me dar uma informação??? Hã???


Dormi muito, me senti despertando de um longo tempo de hibernação... Acho um desperdício tanto sono assim, de que serve mesmo, hein? Sinto saudades da insônia... Não, é mentira, não sinto não. Ela é bem chata nas noites de chuva (que delícia, né não?) ou nos dias de cansaço, em que mesmo se apertando contra o travesseiro, ela não entra porta adentro para dar boa noite. Não, não sinto saudades. Só tive 8 horas de sono, está de bom grado para minhas olheiras incuráveis.

Colbie Caillar no meu computador, um copo de açaí à esquerda e pensamentos vagando por ali, bem acolá, onde só eu posso me encontrar e encontrá-lo (sim, no masculino)!!!

Assim permaneço!


quinta-feira, 23 de outubro de 2008

(...)


Numa panela, ainda quente, de brigadeiro, recarreguei parte das minhas energias... Hoje mais que down, me senti um lixinho, daqueles em que ficam acumulados no canto dos lugares, e nem qualquer utensilho de limpeza consegue alcançar, entende?
Nem banho, nem escova de dente, e muito menos perfume, quebrou isso. Pelo contrário... Nada adiantou hoje. Simplesmente este hoje aconteceu assim, 'inda tá acontecendo (''Mas que puxa'', como diria Charlie Brouwn).
Mas a panela de brigadeiro (quente) me alegrou, e não, não me deu dor de barriga como tentaram profetizar... Me deixou lambuzada, com cara e dedos de menina véa, mas felizinha... Um pouquinho assim, mas deixou!
Escutei muito Mallu Magalhães com Marcelo Camelo (e sem ele também), muito Marcelo Camelo, dentre outras canções que me chegam há pouco aos ouvidos e coração e sentimentos (uma multidão deles). Tudo pulula em mim, cada nota musical e cada vontade de fazer alguma coisa fora destes minutos quentes e impacientes que me cortaram o tesão de hoje, o hoje!
Eu quis uma praia distante, mas cheia de gente. Quis também contornos, encontros, novos encontros e velhos também. Por que não? Eu quis veias saltando, unhas não sendo roídas (nem pintadas de vermelho, como sempre gostei), nem mesmo saltos. Quero meu all star mais perto e mais gasto, quero ele comigo, adiante.
Eu não me alimentei direito, e falo literalmente. Meu corpo entrou numa dieta psíquica, e não me pergunte que raios é isso, eu também ainda não entendi.
Meus copos estão vazios. meus bolsos de cigarro também. gastei tudo. consumi gota a gota do mal que me cabe.
Lambi meus dedos em sinal de malícia, mas de nada adianta. Meu dia de hoje é hoje, e nada acontece, nada pretensiosamente acontece.
Coloquei minha roupa, meu tênis e meias e soutiã e calcinha. Coloquei a camiseta branca e a calça cinza colada e fui pra academia. Quem sabe lá meu professor diz algo que me valha pela noite, que pelo menos coce um ego esquecido e bem abandonado já, pelos dias que têm sido como o de hoje.
Me despedindo da invalidez da minha vaidade, descobri uma ruga de desgosto. Ah, não. O botox tem que reparar isso, e já!
Me despedindo das pessoas que se mostram nas portas da minha casa, nos espelhos do meu banheiro e nos travesseiros da minha cama, percebi que você ainda está aqui. Por quê?
Me despedi e só!
Só...

one song...


"JANTA" - Marcelo Camelo e Mallu Magalhães

Eu quis te conhecer mas tenho que aceitar
caberá ao nosso amor o eterno ou o não dá
pode ser cruel a eternidade
eu ando em frente por sentir vontade
Eu quis te convencer mas chega de insistir
caberá ao nosso amor por o que há de vir
pode ser a eternidade má
caminho em frente pra sentir saudade
Paper clips and crayons in my bed
everybody thinks that I'm sad
I take my ride in melodies and bees and birds
will hear my words
will be both us and you and them together
I can forget about myself trying to be everybody else
I feel allright that we can go away
and please my day
I'll let you stay with me if you surrender

um bom dia 'emo'...


Umas doses de melancolia não faz mal a seu ninguém, isso é fato... Não que pensar na morte da Bezerra (quem é essa Bezerra mesmo?) seja lá um bom programa, mas sorrir o tempo todo com os dentes não é tão interessante quando a alma não condiz com tal exercício.
Acordei assim, meio ''emo'' (minha franja se posicionou voluntariamente frente ao espelho de bom dia), como dizem por aí. Radiohead na radiola, cigarrinho escondido atrás da porta do banheiro e uns goles de coca-cola (no café da manhã?) pra aumentar a sêde de.
Nada demais, e o de menos há muito não vejo. A verdade é que meus dias têm sido iguais, umas dores físicas e diagnosticáveis aqui, outras dores afetivas (não diagnosticáveis) acolá, outras dores em lugares que nem existem (pelo menos a olhos nus) bem lá na frente, e por aí vai.
Todos os dias as mesmas dores, nos mesmos ângulos de dores, no umbigo de todas as dores. To cansada de doer tanto...
As xícaras de café até que sustentam a fome da tardinha, mas o jantar sempre é esperado, faz parte das refeições, entende? Não se mata fome com bolachas de água e sal...
E é assim que meus banquetes têm se sustentado. Com bolachas, chás e cafés. Há quanto tempo não mais saboreio uma refeição completa (e não to falando literalmente)? Há quanto tempo meu café da manhã não é servido como tal? Tenho perdido as horas mastigando o que não gosto, o que não gostaria, o que me acostumei a aceitar.
Fora a melancolia, o café incompleto (juntamente com o serviço de quarto não servidos) e o dia ''emo'', minhas janelas estão bem.
Foram pinceladas há pouco, perfumadas e brilhantes estão. E assim estarão até as próximas estações, sejam estas as de chuvas ou de flores.
Sabe o que acabo de escutar?
-Líliaaaaaaaa, o almoço está na mesa!
Correndo já fui... Quem (quem ou o que?) será o prato do dia? Sapos ou príncipes à milanesa?

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

A biópsia...


Hoje esperando pelo atendimento numa clínica radiográfica (fui fazer uma biópsia da mama esquerda), passei olhares pelos arredores que me cercavam e, sem me dar conta, me dei conta de que me olhavam também. Sorri rapidamente e levei minha curiosidade pra outros ângulos, mas com o pensamento naqueles olhos que se comprimiam entre meu desviar...
O mundo que habita fora de mim é tão colorido, tão perfumado e tão mais algumas coisas.
Não quis nada, não desejei nada e muito menos esperei. Passei por ali, bebi um chá de camomila (estava tão nervosa com a idéia das agulhas, dos resultados das lâminas) e traguei alguns. Não me ative ao medo, não. Eu pensei o tempo todo naquele olhar que cruzou meu sorriso, e na maneira como levemente eu gostaria de sair dali. E falando sério, eu contei cada querer meu...
Quando eu não olhava, era observada. Mas quando resolvia corresponder, o olhar é que sorria e se escondia também num sorriso, ou vezes nem nisso, simplesmente se mostrava pensando noutras coisas, quiçá noutros olhares...
Minha vez não chegava, os médicos entravam e saíam e nada de me chamarem pelo nome ou gentilmente me pegarem pelas mãos falando confortáveis palavras, ainda que desnecessárias pra o meu frio na barriga. Este, inevitável!
O tempo não mudava a situação, e meus tremores no coração, se tornavam ainda maiores a cada minuto que não acontecia. Na verdade, eu queria que tudo terminasse de uma vez, que minha sentença fosse assinada e meus degraus na escadaria da Penha fossem logo contados um a um.
Os olhos se foram, juntamente com a vez. A dele chegou, e eu não mais pude trocar de lugar ou brincar de 'da vez'.
Li o jornal e nada entrava em foco. Nada! Só as agulhas me interessavam, se é que me entende! Só as picadas me vinham coloridas e grossas e demoradas... Eu só pensava nas agulhas!
Quando saí de lá, depois de todo esse 'não mais aguentar' estar sentada ali, dividindo o perfume do meu shampoo com o éter daquelas macas, respirei fundíssimo e feliz da vida, traguei o último cigarro do meu bolso.
Entrei no carro, ainda deixei que uma lágrima de incerteza escorresse e borrasse meu rímel, mas ao mesmo tempo, lembrei que me esperavam em casa com abraços, travesseiros e sorrisos de gente nova do pedaço.
Lá vou eu, esperar que a vida não seja tão breve e nem tão doída quanto agora. Mas quer saber? Fala sério...
Tudo se encaixa no tempo dos ponteiros.
Tic tac ou não, tudo se encaixa e devidamente na hora, lugar e tempo certos!


Hasta!

Com ou sem sapos?


Os meses têm me chegado submissos e sangrentos, como ferida incurável e por horas doloridamente inesquecível... Tem me doído tudo, cada peça, cada centímetro cúbico. E isso não me torna inválida ou fugitiva da esteira e da ergométrica. Apenas me encolhe na vontade de estar, na curiosidade de ir, na ousadia de tentar pela última vez.
Os questionamentos pulsam mais fortes no travesseiro e as noites de olhos bem abertos e impacientes, são todas minhas e do calendário do meu espelho.
As vezes ter saída é justamente improvável. Eu posso, quero ter, mas não vou.
O frio na barriga mudou. Acredito que há muito ele não se mostra assim, com essas cores. Ainda que o açaí seja perpétuo no meu sorriso, as borboletas são novas, frescas e de cores intensamente puras.
Tenho pensado tanto, sonhado menos, mas pensado tanto.
Tento não mais deixar as malas ao meu alcance, ainda que essa idéia seja, e esteja, tentadoramente quase irrecusável. Um abraço no avião, uns goles no café e umas mordidas no canudo da coca-cola, me faz repensar nas portas batidas por destrás de mim. E pensar de uma forma que não tenha passos voltando! Quem sabe um bilhete como despedida? Ou um torpedo caloroso e confesso? Ou uma saída à Francesa?
Marcelo Camelo e praça verde serão meus acompanhantes em um sábado do novembro que já se esgueira. Não levarei cicuta, mas os tragos serão certos e pares. E a saudade, esta vai estar lá, me esperando de braços cheirosos, saudosos e inconstantes.
Sei bem que louca estarei e dentro das canções, estará todo o meu coração, todas as lágrimas afundadas.
O sempre não existe em mim, e o nunca está mais perto que nunca!!!
Quero as canções e a catarse. Os aplausos que darei serão gratuitos!
O amor 'inda me demora neste instante. Vou fazer uma poção mágica e esperar que ele volte de
alguma forma em forma, com alguma cor e cheiros nunca mais ardidos!
O amor há de me coçar na embriaguez, na elucubração desta minha nada mole vida!
Até, Camelo...
(Com ou sem sapos?)

...no dragão



Praça Verde - Dragão do Mar
Fortaleza Brasil
Primeira apresentação de Marcelo Camelo em Fortaleza após o hiato da banda Los Hermanos. Lançando o primeiro disco solo, Marcelo segue com a turnê de divulgação de ''Sou'' e presenteia Fortaleza com uma apresentação a céu aberto na Praça Verde do Centro Cultural Dragão do Mar, dia 1º de novembro, 20h.

terça-feira, 14 de outubro de 2008


''Bola de gude'' - 14 BIS

Há um menino, há um moleque, morando sempre no meu
coração
Toda vez que o adulto balança ele vem pra me dar a
mão
Há um passado no meu presente, o sol bem quente lá no
meu quintal
Toda vez que a bruxa me assombra o menino me dá a mão
Ele fala de coisas bonitas que eu acredito que não
deixarão de existir
Amizade, palavra, respeito, caráter, bondade, alegria
e amor
Pois não posso, não devo, não quero viver como toda
essa gente insiste em viver
Não posso aceitar sossegado qualquer maldade ser coisa
normal
Bola de meia, bola de gude, o solidário não quer
solidão
Toda vez que a tristeza me alcança o menino me dá a
mão
Há um menino, há um moleque morando sempre no meu
coração
toda vez que o adulto fraqueja ele vem pra me dar a
mão
Há um menino, há um moleque morando sempre no meu
coração
Toda vez que o adulto balança ele vem pra me dar a
mão
Há um passado, no meu presente, um Sol bem quente lá
no meu quintal
Toda vez que a bruxa me assusta o menino me dá a mão
Ele fala de coisas bonitas que eu acredito que não
deixarão de existir
Amizade, palavra, respeito, caráter, bondade, alegria
e amor
Pois não posso, não devo, não quero viver como toda
essa gente insiste em viver
E não posso aceitar sossegado qualquer maldade ser
coisa normal
Bola de Meia, Bola de gude, o solidário não quer
solidão
Toda vez que a tristeza me alcança o menino me dá a
mão
Há um menino, há um moleque morando sempre no meu
coração
toda vez que o adulto fraqueja ele vem pra me dar a
mão

Dias e dias...


E sabe que a festa fora maravilhosa, né? Com seus contratempos, encontros inesperados e invisíveis, desafetos que se mostram com unhas e dentes afiadíssimos e outras coisas mais... Mas fora sim muito boa!
Reencontrar é sempre bom, sempre muito bom!
E encontrar? Idem... E foi mesmo idem!
Nada estava programado, só esperado... E por isso mesmo foi bom, foi muito bom (reduntantemente bom).
Não me ative a tipos, nem mesmo tolhi meu querer, meu desejar. Não deixei que o preconceito chegasse centímetros de mim, nem mesmo quis me fazer de difícil pra esperar o mais adiante. Eu fui, e iria de novo, porque CARPE DIEM existe, e vai sempre existir se eu quiser. Enfim!
Uns goles grandes, uns tragos tímidos, uma dançada aqui e outro pisão de pé ali, me vieram como em sequência, e eu amei. Como sinto falta de companhias de um sempre que nunca vai se dissipar, nunca vai deixar de ser.
A multidão era gostosa já que eu queria isso, eu quis estar ali desde o primeiro olhar, ainda que distante ou despretensioso.
Eu quis uma festa, um bar... Eu quis!
Não sei se ainda quero, vejo tudo meio distorcido... Ter de fingir é estranho. Ter de esperar é ainda mais... Quero não! Quero outros goles, danças de outros tipos e pares, sem a menor noção de ímpares... Eu posso querer cada vez mais!
A praia também chegou inesperadamente ao telefone... O capacete nem mesmo se encaixou, e eu já imaginava que o colocaria mais vezes. A prancha de surf completou o trio. Água de côco, água mineral, e o muito a se conhecer estava bronzeando junto a mim na cadeira de plástico branco. Os tragos disfarçavam a timidez ou coisa do tipo... Mais tarde a caminhada na orla só aguçou os sentidos, o querer sentir. Golpes de jiu jitsu ensinados em plena areia de Iracema deram o toque final a uma noite cheirosa e...
As marcas do biquíne estão coladas. Não ardem, e não vão arder. Apenas colaram como em um banho!
Só sei que Lobo Mal existe sim... Mas sei também, descobri, que ele não é tão mal assim. Até pode ser, mas talvez tenha se rendido a uma bela cesta de alguma coisa! Quem sabe, né?

Uma visita maravilhosa chegou, aliás, chega! O interfone e o elevador trouxeram. Os brinquedos estavam ao pé da porta e o papo guardado há tempos quase não tinha espaço diante da ansiedade de brincar e brincar e brincar.
Existem sim palavras a serem ditas por pessoas certas. E sei que escuto sempre o que preciso... Sei que ela é meu amor, meu grande amor!

Bom, no mais, creio que os dias têm sido bons, descobertas e sentidos aflorando em sinfonia... Tenho tido sorte, a cobiça tem sido fácil e deliciosa. Só quero mais!
Por onde recomeçar?

Ah, e quanto à saudade, nada disso. Ela que só me chegue quando eu puder decifrá-la. Por ora, nada me fará abrir as portas!
Nada de príncipes. Já quanto aos sapos...