domingo, 26 de outubro de 2008

o baú...


Tento ao máximo, todos os dias, fechar meu baú. Dou uma olhada rápida, só uma rápida bisbilhotada pelas coisas que sempre guardei com tanto entusiasmo. Sei que por vezes a poeira que se instala lá dentro, me faz muito mal. E sei também que este impulso de 'sim, vou abrir o baú', me deixa cada vez mais dependente, mais triste, mais fora do hoje que deve sim estar cada vez mais alimentado. Sei das consequências que me cabem, sei também que de nada adianta sentir esse tipo de saudade. Sei, e como sei, que devo cultivar outros baús, como por exemplo um baú do amanhã... Ele já existe, já me deram de presente muitas coisas. E por que não tenho guardado?

Nem consegui abrir minhas janelas hoje... Decidi ficar deitada, ouvindo algumas músicas, pensando, pensando, pensando bem longe. Meu travesseiro e minha boneca super-poderosa Lindinha, me deram os abraços que estava precisando. Não eram bem estes com os quais sonho, tenho sonhado mais que nunca, mas me senti aconchegada. Não chorei, não senti vontade. Mas estou triste. Isso não me envergonha, não faz menos alguma coisa, sei dos calos que me doem e deixo que doam sim.

Eu tenho certeza de que minha postura poderia ser outra. E deve ser a partir de quando eu me decidir que tem que ser diferente. Não espero mais nada, e como Caio Fernando Abreu, também não desespero. É só uma tristeza, só isso. Não são esperanças, nem mesmo frios na barriga ao pensar. Nem ao menos há batidas a mais neste coração. Não há nada, a não ser uma saudade deslocada e uma tristeza empoeirada... Isso se resolve!

Tenho muito a fazer por mim, e tenho merecido fazer cada vez mais...

Se as portas ainda se fecham e eu não tenho tido a atitude de descarrilhar as janelas, só posso ter certeza de que ainda não posso fazê-lo. E dentre os motivos muitos que me levam a assim constatar, está que cada sentimento tem seu tempo de dizer ''olá'' e de dizer ''já vou''. Não adiantaria se eu me adiantasse e dissesse esses ''olás'' agora... Não quero, não há tesão pra isso. Não há cheiro, cor que me chame, que me convença.

Bom, já vou!

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