quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Com ou sem sapos?


Os meses têm me chegado submissos e sangrentos, como ferida incurável e por horas doloridamente inesquecível... Tem me doído tudo, cada peça, cada centímetro cúbico. E isso não me torna inválida ou fugitiva da esteira e da ergométrica. Apenas me encolhe na vontade de estar, na curiosidade de ir, na ousadia de tentar pela última vez.
Os questionamentos pulsam mais fortes no travesseiro e as noites de olhos bem abertos e impacientes, são todas minhas e do calendário do meu espelho.
As vezes ter saída é justamente improvável. Eu posso, quero ter, mas não vou.
O frio na barriga mudou. Acredito que há muito ele não se mostra assim, com essas cores. Ainda que o açaí seja perpétuo no meu sorriso, as borboletas são novas, frescas e de cores intensamente puras.
Tenho pensado tanto, sonhado menos, mas pensado tanto.
Tento não mais deixar as malas ao meu alcance, ainda que essa idéia seja, e esteja, tentadoramente quase irrecusável. Um abraço no avião, uns goles no café e umas mordidas no canudo da coca-cola, me faz repensar nas portas batidas por destrás de mim. E pensar de uma forma que não tenha passos voltando! Quem sabe um bilhete como despedida? Ou um torpedo caloroso e confesso? Ou uma saída à Francesa?
Marcelo Camelo e praça verde serão meus acompanhantes em um sábado do novembro que já se esgueira. Não levarei cicuta, mas os tragos serão certos e pares. E a saudade, esta vai estar lá, me esperando de braços cheirosos, saudosos e inconstantes.
Sei bem que louca estarei e dentro das canções, estará todo o meu coração, todas as lágrimas afundadas.
O sempre não existe em mim, e o nunca está mais perto que nunca!!!
Quero as canções e a catarse. Os aplausos que darei serão gratuitos!
O amor 'inda me demora neste instante. Vou fazer uma poção mágica e esperar que ele volte de
alguma forma em forma, com alguma cor e cheiros nunca mais ardidos!
O amor há de me coçar na embriaguez, na elucubração desta minha nada mole vida!
Até, Camelo...
(Com ou sem sapos?)

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