sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Sábado, dia 1º - Praça Verde (Dragão do Mar)

''E na hora do show, a solidão!'' (Por Joice Nunes)

Meu ingresso tá suando no bolso da calça, e manchando a data, a hora e o lugar.
Um trago, um gole e nada mais!
''Janta'' - Marcelo Camelo
Eu quis te conhecer mas tenho que aceitar
caberá ao nosso amor o eterno ou o não dá
pode ser cruel a eternidade
eu ando em frente por sentir vontade
Eu quis te convencer mas chega de insistir
caberá ao nosso amor por o que há de vir
pode ser a eternidade má
caminho em frente pra sentir saudade



quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Cordel do Fogo Encantado

"Palhaço do circo sem futuro"
Sou palhaço do circo sem futuro
Um sorriso pintado a noite inteira
O cinema do fogo
Numa tarde embalada de poeira
Circo pegando fogo
Palhaçada
Circo pegando fogo
E a lona rasgada no alto
No globo os artistas da morte
E essa tragédia que é viver
E essa tragédia
Tanto amor que fere e cansa





Quinta-feira 13!!!


A quinta-feira chegou!
Se tocarem a campainha, não estou!
Aliás, estou pra ninguém!!!

Nada de posts hoje, amanhã talvez!
Mas hoje não, não, não e não!

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Quarta-feira.


E tenho segurado firme o fio de nylon que tem me sustentato pela cintura... Ele me rasga a pele aos poucos, e isso dói mais ainda, o 'aos poucos'.
Quando sóbria, vejo e percebo as coisas como em filmes matemáticos, ou cálculos renais. Talvez eu sinta o cheiro do gás de cozinha, ou veja a sombra de uma mosca, romanticamente. Eu consigo bronzear meus sentidos com todo o temor que o sol não me causa, não encaixa em mim, na minha cor...
E não é que mesmo estando assim, medonhamente aguçada, ainda prevejo as fugas do clarão de meu quarto? E as batidas das janelas, medrosas e de gostos por vezes duvidáveis quanto ao sexo, quanto à cor do sexo.
Nada de travesseiros, mas o cansaço me reina. Meu corpo tem estado sólido nos pés, uma forma estranha de me gritar por socorro, eu diria.
Os olhos não dançam mais, e minhas olheiras estão sem fim... Mas meu corpo está pendendo. E não há sequer o que ser feito, eu preciso arrastá-lo por aí, aqui não podemos ficar tanto tempo!
A morte beira, e a vida está em seu balancinho de fim de tarde.

Jusqu'à demain!
Jusque-là, qui sait!

Bom dia, Dylan!


''E A MORTE PERDERÁ O SEU DOMÍNIO''

E a morte perderá o seu domínio.
Nus, os homens mortos irão confundir-se
com o homem no vento e na lua do poente;
quando, descarnados e limpos, desaparecerem os ossos
hão-de nos seus braços e pés brilhar as estrelas.
Mesmo que se tornem loucos permanecerá o espírito lúcido;
mesmo que sejam submersos pelo mar, eles hão-de ressurgir;
mesmo que os amantes se percam, continuará o amor;
e a morte perderá o seu domínio.
E a morte perderá o seu domínio.
Aqueles que há muito repousam sobre as ondas do mar
não morrerão com a chegada do vento;
ainda que, na roda da tortura, comecemos tendões a ceder, jamais se partirão;
entre as suas mãos será destruída a fé
e, como unicórnios, virá atravessá-los o sofrimento;
embora sejam divididos eles manterão a sua unidade;
e a morte perderá o seu domínio.

E a morte perderá o seu domínio.
Não hão-de gritar mais as gaivotas aos seus ouvidos
nem as vagas romper tumultuosamente nas praias;
onde se abriu uma flor não poderá nenhuma flor
erguer a sua corola em direcção à força das chuvas;
ainda que estejam mortas e loucas, hão-de descer
como pregos as suas cabeças pelas margaridas;
é no sol que irrompem até que o sol se extinga,
e a morte perderá o seu domínio.

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Mais de Dylan...


"Poesia é aquilo que me faz rir,
chorar ou uivar, aquilo que me arrepia as unhas do dedo do pé,
o que me leva a desejar fazer isso,
ou aquilo, ou nada!"

Cheers e Hesse!


O celular me avisou o que já estava marcado e eu podia ir ao encontro de. Fui!
Nossa, lugar bom, cigarrinho e companhias novíssimas (não no sentido próprio) e deliciosas. O papo por vezes descarrilhava por entre assuntos por mim desconhecidos, mas nem por isso assim permaneceram. Ótimo, ótimo, ótimo!
Fui descaradamente corrompida a escutar Beattles, mas Tom Zé deu o tom... Ih, mas rolou de tudo, de Bob cantarolado a caminho da Washington Soares à Rita Lee e seu ''desculpe o auê'' à procura de lugar algum.
E vamos combinar, a cerveja com tequila causou, não foi? Os tragos imersos na mistura sal e limão e 'cheers', causou!
Pit stop 1h da manhã na Romana (porque não havia nenhum bar aberto, legalzim, em plena segunda-feira. Aliás, por que, hein?) pra sushi e Heineken e Jô e Genival Lacerda e fotos com canudos e caras e bocas. Ótimo, ótimo, ótimo!
Em casa, de volta, bateu um frio na espinha como que anúncio, preparo. Não é medo, pode ser pitadas de insegurança, pode ser só isso, mas este frio me deixou espreitando a madrugada toda, e mesmo com o galo do vizinho anunciando seu trabalho vocal, não consegui deitar meus olhos. E assim tem sido, assim, medonhamente!


Vamos a uma boa leitura, então:
Herman Hesse - "O Lobo da Estepe"
(Trechos)

''(...)Pois o que eu odiava mais profundamente e maldizia mais, era aquela satisfação, aquela saúde, aquela comodidade, esse otimismo bem cuidado dos cidadãos, essa educação adiposa e saudável do medíocre, do normal, do acomodado..."

''(...)Estou curioso por saber até que ponto um homem pode resistir. E quando alcançar o limite do suportável, basta abrir a porta e escapar!"


segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Dylan Thomas, o mais difícil da paróquia!

''Poema Em meu ofício ou arte taciturna''

Em meu ofício ou arte taciturna
Exercido na noite silenciosa
Quando somente a lua se enfurece
E os amantes jazem no leito
Com todas as suas mágoas nos braços,
Trabalho junto à luz que canta
Não por glória ou por pão
Nem por pompa ou tráfico de encantos
Nos palcos de marfim
Mas pelo mínimo salário
De seu mais secreto coração.
Escrevo estas páginas de espuma

Não para o homem orgulhoso
Que se afasta da lua enfurecida
Nem para os mortos de alta estirpe
Com seus salmos e rouxinóis,
Mas para os amantes, seus braços
Que enlaçam as dores dos séculos,
Que não me pagam nem me elogiam
E ignoram meu ofício ou minha arte.

quase grávida...



Vontade incomensurável de tragar, de comer, de beber, de me lambuzar, de me perder, de me trazer de volta, de trazer de volta os cheiros e as texturas, de ir, de não deixar de ir...
Sabe aqueles desejos de grávida? Nada de gravidez, ui, mas o desejo permanece de igual pra igual!
Fiz um desjejum legal hoje, rolou até umas azeitonas. Mas sei lá, nem a coca-cola sem gás se tornou mais vazia que meu desejo! E digo vazio no sentido da coca-cola sem gás... Manja?
To cansadinha das músicas que tenho salvas neste meu windows. Queria outras... Alguém me ajuda? Não que Mallu, Camelo e Little Joy sejam cansativos ou coisas que o valha. Nada disso, tenho me apaixonado sempre por cada acorde que acompanho estalando os dedos. Mas é que as novidades, estas que tem aberto meu baú, deram uma sêde de outras melodias, outros solos de guitarras e finalizações de violino!
Na verdade, tenho gostado do que é velho... E nisso culpo o Queen de estar entrando no meu media player...
Nem pensei mais nas unhas roídas, nem nos cabelos que consegui arrancar tentando ser bidú... Não me rendi ao tremor e gelo das mãos. Passou, passou, passou!


O que me deixa mais enjoada agorinha, é não conseguir mudar o canal do caso Eloá... Sensacionalismo e audiência andando de mãos dadas e assumindo o tórrido romance!!!
Fala sério...

Comentários e diagnóstico...


Tá bom, tá bom... Também concordo que o bom deste blog, uma das coisas boas, é sim os comentários que recebemos!
Hasta!!!

Nem dormi, a insônia me deixou de pés e olhos andantes até pela manhã apontada!
São tantos pensamentos rodeando meu travesseiro, tantos medos, tantos sonhos que prefiro evitar, tantos tantos.
É inevitável, né? Inevitável não roer minhas unhas, não morder o canto dos lábios, e nem mesmo franzir as sobrancelhas...
Está sendo difícil, a constatação tá chegando, como será ler o diagnóstico?
Ainda tenho goles e tragos, blogs e mesas, filmes e mais de uma agenda já inclusa no meu novo baú!
Vamos lá?

Já vou!!!

domingo, 26 de outubro de 2008

E você também me traz Stephen Crane!!!



"No deserto
Vi uma criatura, nua, bestial,
que, de joelhos,
Segurava o coração nas mãos
E o comia.
Eu disse: "É bom, amigo?"
"É amargo -- amargo," ele respondeu;
"Mas eu gosto
Porque é amargo,
E porque é meu coração."

''...


''Não é necessário sair de casa.

Permaneça em sua mesa e ouça.

Não apenas ouça, mas espere.

Não apenas espere, mas fique sozinho em silêncio.

Então o mundo se apresentará desmascarado.

Em êxtase, se dobrará sobre os seus pés.''


o baú...


Tento ao máximo, todos os dias, fechar meu baú. Dou uma olhada rápida, só uma rápida bisbilhotada pelas coisas que sempre guardei com tanto entusiasmo. Sei que por vezes a poeira que se instala lá dentro, me faz muito mal. E sei também que este impulso de 'sim, vou abrir o baú', me deixa cada vez mais dependente, mais triste, mais fora do hoje que deve sim estar cada vez mais alimentado. Sei das consequências que me cabem, sei também que de nada adianta sentir esse tipo de saudade. Sei, e como sei, que devo cultivar outros baús, como por exemplo um baú do amanhã... Ele já existe, já me deram de presente muitas coisas. E por que não tenho guardado?

Nem consegui abrir minhas janelas hoje... Decidi ficar deitada, ouvindo algumas músicas, pensando, pensando, pensando bem longe. Meu travesseiro e minha boneca super-poderosa Lindinha, me deram os abraços que estava precisando. Não eram bem estes com os quais sonho, tenho sonhado mais que nunca, mas me senti aconchegada. Não chorei, não senti vontade. Mas estou triste. Isso não me envergonha, não faz menos alguma coisa, sei dos calos que me doem e deixo que doam sim.

Eu tenho certeza de que minha postura poderia ser outra. E deve ser a partir de quando eu me decidir que tem que ser diferente. Não espero mais nada, e como Caio Fernando Abreu, também não desespero. É só uma tristeza, só isso. Não são esperanças, nem mesmo frios na barriga ao pensar. Nem ao menos há batidas a mais neste coração. Não há nada, a não ser uma saudade deslocada e uma tristeza empoeirada... Isso se resolve!

Tenho muito a fazer por mim, e tenho merecido fazer cada vez mais...

Se as portas ainda se fecham e eu não tenho tido a atitude de descarrilhar as janelas, só posso ter certeza de que ainda não posso fazê-lo. E dentre os motivos muitos que me levam a assim constatar, está que cada sentimento tem seu tempo de dizer ''olá'' e de dizer ''já vou''. Não adiantaria se eu me adiantasse e dissesse esses ''olás'' agora... Não quero, não há tesão pra isso. Não há cheiro, cor que me chame, que me convença.

Bom, já vou!

sábado, 25 de outubro de 2008

Acorda, menina...


Oo, ooo
Lá, lá, lá (3x)
Oo, ooo
Lá, lá, lá (3x)
(Acordei ouvindo ''Mart'nália'' em algum lugar da casa... Delícia!)

Sacodindo os lençóis e o travesseiro e a preguiça, sem dar bom dia, porque ainda não olhei a cara do meu sol!

Mas dando umas voltas por aí, descobri um sábado maravilhoso à minha frente.
Pra que mofar em casa pensando em um baú cheio de poeira e de uma saudade fúnebre, nada degustável?

Tenho agora em meus ouvidos, ''Little Joy'' (Amarante e o seu inglês são excitantes!!! Me amarrei)...

Vamos lá, abrir as janelas, deixar o vento balançar aqui dentro deste quarto.
Há muito não vejo minhas janelas sorrir, gargalhar com as cócegas que as cortinas e o sopro da poeira lhes dão!!!
Voltar da academia a pé, é sempre muito bom, ainda que suar a camisa assim não seja lá tão bom quanto beber uma água de côco bem gelada, mas gosto de ficar observando as pessoas passando por mim, estejam estas à pé, como eu, ou de carro, bicicleta... Gosto de ouvir os gostos, as reclamações que vezes acabo escutando dentro de uma conversa passando por mim. Gosto também de procurar cachorros em seus portões, ou ver as crianças se preocupando em não soltar as mãos dos pais ou tomar logo o sorvete, antes que ele saia voando por aí...
Cheguei em casa renovadinha. Nada da noite passada doendo hoje, só uma expectativa ali e uma ansiedade chegando agorinha!

Meu ingresso do Marcelo no bolso, e as músicas já me convidando pra chegar lá, em ponto, em ponto, em ponto!

Um almoço, umas risadas com meus cachorros carentes, uma impaciência normal dos fins de semana, uma sêde, um calor grudento que não cessa e um ''até daqui a pouco''!

E você chega e me apresenta Dylan Thomas!


"AMOR NO HOSPÍCIO" (Dylan Thomas)


Uma estranha chegou
A dividir comigo um quarto nessa casa que anda mal da cabeça,
Uma jovem louca como os pássaros
Que trancava a porta da noite com seus braços, suas plumas.
Espigada no leito em desordem
Ela tapeia com nuvens penetrantes a casa à prova dos céus
Até iludir com seus passos o quarto imerso em pesadelo,
Livre como os mortos,
Ou cavalga os oceanos imaginários do pavilhão dos homens.
Chegou possessa
Aquela que admite a ilusória luz através do muro saltitante,
Possuída pêlos céus
Ela dorme no catre estreito, e no entanto vagueia na poeira
E no entanto delira à vontade
Sobre as tábuas do manicômio aplainadas por minhas lágrimas deâmbulas.
E arrebatado pela luz de seus braços, enfim, meu Deus, enfim
Posso de fato
Suportar a primeira visão que incendeia as estrelas.

(tradução: Ivan Junqueira)

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Bom dia???


Ih, mas que coisa... Que gente cansativa! Blah...

Nada de bom dia, as pessoas não sabem bem como dizer isso com atitudes, né? De que adianta atender o telefone, proferir tal cumprimento e articuladamente te destratar por não saber (ou não querer?) te dar uma informação? Antes nem atendessem, deixassem o aparelho lá, gritando. Ele ficaria sem voz com um tempo, pelo menos rouco dá pra ter certeza de que sim.

Alguém pode me dar uma informação??? Hã???


Dormi muito, me senti despertando de um longo tempo de hibernação... Acho um desperdício tanto sono assim, de que serve mesmo, hein? Sinto saudades da insônia... Não, é mentira, não sinto não. Ela é bem chata nas noites de chuva (que delícia, né não?) ou nos dias de cansaço, em que mesmo se apertando contra o travesseiro, ela não entra porta adentro para dar boa noite. Não, não sinto saudades. Só tive 8 horas de sono, está de bom grado para minhas olheiras incuráveis.

Colbie Caillar no meu computador, um copo de açaí à esquerda e pensamentos vagando por ali, bem acolá, onde só eu posso me encontrar e encontrá-lo (sim, no masculino)!!!

Assim permaneço!


quinta-feira, 23 de outubro de 2008

(...)


Numa panela, ainda quente, de brigadeiro, recarreguei parte das minhas energias... Hoje mais que down, me senti um lixinho, daqueles em que ficam acumulados no canto dos lugares, e nem qualquer utensilho de limpeza consegue alcançar, entende?
Nem banho, nem escova de dente, e muito menos perfume, quebrou isso. Pelo contrário... Nada adiantou hoje. Simplesmente este hoje aconteceu assim, 'inda tá acontecendo (''Mas que puxa'', como diria Charlie Brouwn).
Mas a panela de brigadeiro (quente) me alegrou, e não, não me deu dor de barriga como tentaram profetizar... Me deixou lambuzada, com cara e dedos de menina véa, mas felizinha... Um pouquinho assim, mas deixou!
Escutei muito Mallu Magalhães com Marcelo Camelo (e sem ele também), muito Marcelo Camelo, dentre outras canções que me chegam há pouco aos ouvidos e coração e sentimentos (uma multidão deles). Tudo pulula em mim, cada nota musical e cada vontade de fazer alguma coisa fora destes minutos quentes e impacientes que me cortaram o tesão de hoje, o hoje!
Eu quis uma praia distante, mas cheia de gente. Quis também contornos, encontros, novos encontros e velhos também. Por que não? Eu quis veias saltando, unhas não sendo roídas (nem pintadas de vermelho, como sempre gostei), nem mesmo saltos. Quero meu all star mais perto e mais gasto, quero ele comigo, adiante.
Eu não me alimentei direito, e falo literalmente. Meu corpo entrou numa dieta psíquica, e não me pergunte que raios é isso, eu também ainda não entendi.
Meus copos estão vazios. meus bolsos de cigarro também. gastei tudo. consumi gota a gota do mal que me cabe.
Lambi meus dedos em sinal de malícia, mas de nada adianta. Meu dia de hoje é hoje, e nada acontece, nada pretensiosamente acontece.
Coloquei minha roupa, meu tênis e meias e soutiã e calcinha. Coloquei a camiseta branca e a calça cinza colada e fui pra academia. Quem sabe lá meu professor diz algo que me valha pela noite, que pelo menos coce um ego esquecido e bem abandonado já, pelos dias que têm sido como o de hoje.
Me despedindo da invalidez da minha vaidade, descobri uma ruga de desgosto. Ah, não. O botox tem que reparar isso, e já!
Me despedindo das pessoas que se mostram nas portas da minha casa, nos espelhos do meu banheiro e nos travesseiros da minha cama, percebi que você ainda está aqui. Por quê?
Me despedi e só!
Só...

one song...


"JANTA" - Marcelo Camelo e Mallu Magalhães

Eu quis te conhecer mas tenho que aceitar
caberá ao nosso amor o eterno ou o não dá
pode ser cruel a eternidade
eu ando em frente por sentir vontade
Eu quis te convencer mas chega de insistir
caberá ao nosso amor por o que há de vir
pode ser a eternidade má
caminho em frente pra sentir saudade
Paper clips and crayons in my bed
everybody thinks that I'm sad
I take my ride in melodies and bees and birds
will hear my words
will be both us and you and them together
I can forget about myself trying to be everybody else
I feel allright that we can go away
and please my day
I'll let you stay with me if you surrender

um bom dia 'emo'...


Umas doses de melancolia não faz mal a seu ninguém, isso é fato... Não que pensar na morte da Bezerra (quem é essa Bezerra mesmo?) seja lá um bom programa, mas sorrir o tempo todo com os dentes não é tão interessante quando a alma não condiz com tal exercício.
Acordei assim, meio ''emo'' (minha franja se posicionou voluntariamente frente ao espelho de bom dia), como dizem por aí. Radiohead na radiola, cigarrinho escondido atrás da porta do banheiro e uns goles de coca-cola (no café da manhã?) pra aumentar a sêde de.
Nada demais, e o de menos há muito não vejo. A verdade é que meus dias têm sido iguais, umas dores físicas e diagnosticáveis aqui, outras dores afetivas (não diagnosticáveis) acolá, outras dores em lugares que nem existem (pelo menos a olhos nus) bem lá na frente, e por aí vai.
Todos os dias as mesmas dores, nos mesmos ângulos de dores, no umbigo de todas as dores. To cansada de doer tanto...
As xícaras de café até que sustentam a fome da tardinha, mas o jantar sempre é esperado, faz parte das refeições, entende? Não se mata fome com bolachas de água e sal...
E é assim que meus banquetes têm se sustentado. Com bolachas, chás e cafés. Há quanto tempo não mais saboreio uma refeição completa (e não to falando literalmente)? Há quanto tempo meu café da manhã não é servido como tal? Tenho perdido as horas mastigando o que não gosto, o que não gostaria, o que me acostumei a aceitar.
Fora a melancolia, o café incompleto (juntamente com o serviço de quarto não servidos) e o dia ''emo'', minhas janelas estão bem.
Foram pinceladas há pouco, perfumadas e brilhantes estão. E assim estarão até as próximas estações, sejam estas as de chuvas ou de flores.
Sabe o que acabo de escutar?
-Líliaaaaaaaa, o almoço está na mesa!
Correndo já fui... Quem (quem ou o que?) será o prato do dia? Sapos ou príncipes à milanesa?

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

A biópsia...


Hoje esperando pelo atendimento numa clínica radiográfica (fui fazer uma biópsia da mama esquerda), passei olhares pelos arredores que me cercavam e, sem me dar conta, me dei conta de que me olhavam também. Sorri rapidamente e levei minha curiosidade pra outros ângulos, mas com o pensamento naqueles olhos que se comprimiam entre meu desviar...
O mundo que habita fora de mim é tão colorido, tão perfumado e tão mais algumas coisas.
Não quis nada, não desejei nada e muito menos esperei. Passei por ali, bebi um chá de camomila (estava tão nervosa com a idéia das agulhas, dos resultados das lâminas) e traguei alguns. Não me ative ao medo, não. Eu pensei o tempo todo naquele olhar que cruzou meu sorriso, e na maneira como levemente eu gostaria de sair dali. E falando sério, eu contei cada querer meu...
Quando eu não olhava, era observada. Mas quando resolvia corresponder, o olhar é que sorria e se escondia também num sorriso, ou vezes nem nisso, simplesmente se mostrava pensando noutras coisas, quiçá noutros olhares...
Minha vez não chegava, os médicos entravam e saíam e nada de me chamarem pelo nome ou gentilmente me pegarem pelas mãos falando confortáveis palavras, ainda que desnecessárias pra o meu frio na barriga. Este, inevitável!
O tempo não mudava a situação, e meus tremores no coração, se tornavam ainda maiores a cada minuto que não acontecia. Na verdade, eu queria que tudo terminasse de uma vez, que minha sentença fosse assinada e meus degraus na escadaria da Penha fossem logo contados um a um.
Os olhos se foram, juntamente com a vez. A dele chegou, e eu não mais pude trocar de lugar ou brincar de 'da vez'.
Li o jornal e nada entrava em foco. Nada! Só as agulhas me interessavam, se é que me entende! Só as picadas me vinham coloridas e grossas e demoradas... Eu só pensava nas agulhas!
Quando saí de lá, depois de todo esse 'não mais aguentar' estar sentada ali, dividindo o perfume do meu shampoo com o éter daquelas macas, respirei fundíssimo e feliz da vida, traguei o último cigarro do meu bolso.
Entrei no carro, ainda deixei que uma lágrima de incerteza escorresse e borrasse meu rímel, mas ao mesmo tempo, lembrei que me esperavam em casa com abraços, travesseiros e sorrisos de gente nova do pedaço.
Lá vou eu, esperar que a vida não seja tão breve e nem tão doída quanto agora. Mas quer saber? Fala sério...
Tudo se encaixa no tempo dos ponteiros.
Tic tac ou não, tudo se encaixa e devidamente na hora, lugar e tempo certos!


Hasta!

Com ou sem sapos?


Os meses têm me chegado submissos e sangrentos, como ferida incurável e por horas doloridamente inesquecível... Tem me doído tudo, cada peça, cada centímetro cúbico. E isso não me torna inválida ou fugitiva da esteira e da ergométrica. Apenas me encolhe na vontade de estar, na curiosidade de ir, na ousadia de tentar pela última vez.
Os questionamentos pulsam mais fortes no travesseiro e as noites de olhos bem abertos e impacientes, são todas minhas e do calendário do meu espelho.
As vezes ter saída é justamente improvável. Eu posso, quero ter, mas não vou.
O frio na barriga mudou. Acredito que há muito ele não se mostra assim, com essas cores. Ainda que o açaí seja perpétuo no meu sorriso, as borboletas são novas, frescas e de cores intensamente puras.
Tenho pensado tanto, sonhado menos, mas pensado tanto.
Tento não mais deixar as malas ao meu alcance, ainda que essa idéia seja, e esteja, tentadoramente quase irrecusável. Um abraço no avião, uns goles no café e umas mordidas no canudo da coca-cola, me faz repensar nas portas batidas por destrás de mim. E pensar de uma forma que não tenha passos voltando! Quem sabe um bilhete como despedida? Ou um torpedo caloroso e confesso? Ou uma saída à Francesa?
Marcelo Camelo e praça verde serão meus acompanhantes em um sábado do novembro que já se esgueira. Não levarei cicuta, mas os tragos serão certos e pares. E a saudade, esta vai estar lá, me esperando de braços cheirosos, saudosos e inconstantes.
Sei bem que louca estarei e dentro das canções, estará todo o meu coração, todas as lágrimas afundadas.
O sempre não existe em mim, e o nunca está mais perto que nunca!!!
Quero as canções e a catarse. Os aplausos que darei serão gratuitos!
O amor 'inda me demora neste instante. Vou fazer uma poção mágica e esperar que ele volte de
alguma forma em forma, com alguma cor e cheiros nunca mais ardidos!
O amor há de me coçar na embriaguez, na elucubração desta minha nada mole vida!
Até, Camelo...
(Com ou sem sapos?)

...no dragão



Praça Verde - Dragão do Mar
Fortaleza Brasil
Primeira apresentação de Marcelo Camelo em Fortaleza após o hiato da banda Los Hermanos. Lançando o primeiro disco solo, Marcelo segue com a turnê de divulgação de ''Sou'' e presenteia Fortaleza com uma apresentação a céu aberto na Praça Verde do Centro Cultural Dragão do Mar, dia 1º de novembro, 20h.

terça-feira, 14 de outubro de 2008


''Bola de gude'' - 14 BIS

Há um menino, há um moleque, morando sempre no meu
coração
Toda vez que o adulto balança ele vem pra me dar a
mão
Há um passado no meu presente, o sol bem quente lá no
meu quintal
Toda vez que a bruxa me assombra o menino me dá a mão
Ele fala de coisas bonitas que eu acredito que não
deixarão de existir
Amizade, palavra, respeito, caráter, bondade, alegria
e amor
Pois não posso, não devo, não quero viver como toda
essa gente insiste em viver
Não posso aceitar sossegado qualquer maldade ser coisa
normal
Bola de meia, bola de gude, o solidário não quer
solidão
Toda vez que a tristeza me alcança o menino me dá a
mão
Há um menino, há um moleque morando sempre no meu
coração
toda vez que o adulto fraqueja ele vem pra me dar a
mão
Há um menino, há um moleque morando sempre no meu
coração
Toda vez que o adulto balança ele vem pra me dar a
mão
Há um passado, no meu presente, um Sol bem quente lá
no meu quintal
Toda vez que a bruxa me assusta o menino me dá a mão
Ele fala de coisas bonitas que eu acredito que não
deixarão de existir
Amizade, palavra, respeito, caráter, bondade, alegria
e amor
Pois não posso, não devo, não quero viver como toda
essa gente insiste em viver
E não posso aceitar sossegado qualquer maldade ser
coisa normal
Bola de Meia, Bola de gude, o solidário não quer
solidão
Toda vez que a tristeza me alcança o menino me dá a
mão
Há um menino, há um moleque morando sempre no meu
coração
toda vez que o adulto fraqueja ele vem pra me dar a
mão

Dias e dias...


E sabe que a festa fora maravilhosa, né? Com seus contratempos, encontros inesperados e invisíveis, desafetos que se mostram com unhas e dentes afiadíssimos e outras coisas mais... Mas fora sim muito boa!
Reencontrar é sempre bom, sempre muito bom!
E encontrar? Idem... E foi mesmo idem!
Nada estava programado, só esperado... E por isso mesmo foi bom, foi muito bom (reduntantemente bom).
Não me ative a tipos, nem mesmo tolhi meu querer, meu desejar. Não deixei que o preconceito chegasse centímetros de mim, nem mesmo quis me fazer de difícil pra esperar o mais adiante. Eu fui, e iria de novo, porque CARPE DIEM existe, e vai sempre existir se eu quiser. Enfim!
Uns goles grandes, uns tragos tímidos, uma dançada aqui e outro pisão de pé ali, me vieram como em sequência, e eu amei. Como sinto falta de companhias de um sempre que nunca vai se dissipar, nunca vai deixar de ser.
A multidão era gostosa já que eu queria isso, eu quis estar ali desde o primeiro olhar, ainda que distante ou despretensioso.
Eu quis uma festa, um bar... Eu quis!
Não sei se ainda quero, vejo tudo meio distorcido... Ter de fingir é estranho. Ter de esperar é ainda mais... Quero não! Quero outros goles, danças de outros tipos e pares, sem a menor noção de ímpares... Eu posso querer cada vez mais!
A praia também chegou inesperadamente ao telefone... O capacete nem mesmo se encaixou, e eu já imaginava que o colocaria mais vezes. A prancha de surf completou o trio. Água de côco, água mineral, e o muito a se conhecer estava bronzeando junto a mim na cadeira de plástico branco. Os tragos disfarçavam a timidez ou coisa do tipo... Mais tarde a caminhada na orla só aguçou os sentidos, o querer sentir. Golpes de jiu jitsu ensinados em plena areia de Iracema deram o toque final a uma noite cheirosa e...
As marcas do biquíne estão coladas. Não ardem, e não vão arder. Apenas colaram como em um banho!
Só sei que Lobo Mal existe sim... Mas sei também, descobri, que ele não é tão mal assim. Até pode ser, mas talvez tenha se rendido a uma bela cesta de alguma coisa! Quem sabe, né?

Uma visita maravilhosa chegou, aliás, chega! O interfone e o elevador trouxeram. Os brinquedos estavam ao pé da porta e o papo guardado há tempos quase não tinha espaço diante da ansiedade de brincar e brincar e brincar.
Existem sim palavras a serem ditas por pessoas certas. E sei que escuto sempre o que preciso... Sei que ela é meu amor, meu grande amor!

Bom, no mais, creio que os dias têm sido bons, descobertas e sentidos aflorando em sinfonia... Tenho tido sorte, a cobiça tem sido fácil e deliciosa. Só quero mais!
Por onde recomeçar?

Ah, e quanto à saudade, nada disso. Ela que só me chegue quando eu puder decifrá-la. Por ora, nada me fará abrir as portas!
Nada de príncipes. Já quanto aos sapos...

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

...


Dias com gosto de éter, ou coisa assim, têm me visitado em tardinhas, em noites ou em manhãs sozinhas e de céu duvidosamente azul!
Não tenho tido as novidades que gostaria, nem mesmo criado os programas de que preciso, mas ainda assim recarrego minhas energias na graciosidade de amigos que não me deixam, que não largam minhas mãos!!!

Por hora, nada de príncipes. E quanto aos sapos, nada de beijos!
E tenho dito!!!

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Sexta-feira nada 13, nadinha!


Nada como um dia depois de muitos outros que facinho desaparecem... Me permiti não olhar tanto pra os lados (a não ser na hora de atravessar a rua) e seguir adiante frente as avenidas da minha caminhada!
Nada mais de nostalgias ou saudades que trazem letras de músicas gastas e que só cortam os pulsos do meu coração... Chega de Elis Regina por hoje e de Maísa por ontem... Vamos trocar o cd ou as opções do Mp4, já que só me restam arquivos antigos e degustáveis por determinados momentos...
Quero novidades, pares novos para dançar (claro que sim, plural faz parte) e dar boas gargalhadas acompanhadas de ''sins'' que são independentes e desapegadas de uma necessidade de alguma coisa relacionada a alguma coisa... Nã, nadinha disso!
Vovó fez primavera hoje, as palmas e as velinhas (''velhinhas'') foram dadas e apagadas, respectivamente, e o pecado da gula anda falando ao meu ouvido que eu tenho pendências para com o lá de cima...
Beira-mar me deu boas-vindas e eu sorri, largamente, sentindo o cheiro da liberdade que ela me dá, e da saudade boa que permito sentir daquilo que um dia foi meu jardim, e que ainda hoje, permanece no meu travesseiro e no toque do meu celular novo e cheiroso!
Tênis e água mineral e pernas pra que te quero... Suor faz bem aos maus pensamentos e à ociosidade alimentada pela falta de vontade de estar em outra alma, em outras energias e em outros sentimentos que não os que se tornam ''figurinha repetida''... Eu quero um álbum novo pra colorir, pra recortar e colar... Quero lápis de cor de todas as cores e tamanhos, quero espaço falta de espaço no dia e na noite e quero menos insônia, menos perguntas sem respostas (ou com indesejáveis) e bem menos andanças pelos mesmos bosques de outrem...

Belo sábado já apontando, e que venha!