sábado, 17 de dezembro de 2011

Droga!

Tive que chegar na ponta dos pés. Além de muitíssimo devagar e com aquele receio de pisar em alguma coisa que faça algum ruído medonho ou desastroso, tive que prender a respiração até chegar em frente a porta e colocar meus dedos na maçaneta.
Cheguei!
Abri a porta de madeira, estreita e silenciosa, quer dizer, tem aquele ruído de abandono ou de muito uso.
Você não estava lá.
Só havia aquela música no media player... Só havia um cheiro bom que invadia e adocicava meus dias, noites, madrugadas e frios na barriga adentro.
Que loucura esses frios na barriga. Não cessam. Não têm fim!
Bebi um copo de água e te esperei.
Você não veio...
O ritual de saída foi seguido, como no da chegada. Pés descalços, sapatilhas nas mãos e respiração paralisada.
Mas e você? Por que deixou a porta aberta e não me esperou? Não me deixou um bilhete na mesa preso por algum clip dodói ou novo, retirado daquela caixa cheirosa propositalmente?
Você está tão dentro de mim que nem mesmo eu te encontro mais.
Não sei em que parte se esconde ou me espera.
Nem mesmo um ruído seu me chega ao peito, aos pés.
E essa ânsia ofegante?
E esses arrepios todos, impaciência e saudade ilimitada e sem forma exata, cor.
Mas o seu cheiro não tem igual...
A caixinha de clips que o diga!

Nenhum comentário:

Postar um comentário