terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Não que eu soubesse exatamente o que eu sentia naquela manhã estranha de sol e pingos de chuva escondida e rala, vergonhosa.
Eu não sabia. Na verdade, eu desconfiava.
Pensava por noites que eu estava louca, exausta e vendo fantasmas em mim mesma.
Mas e esse coração doido e sem dono, sem cão, sem velas?
Que fazer quando as luzes do porão não acendem e você fica lá, de olhos arregalados esperando um contato sobrenatural que te faça arrepiar inteira e fique exatamente como você não queria, não pretendia, com muito medo?
Ah, mas é fácil mesmo prever como você deve agir em certas ocasiões de medo?
Será mesmo que há uma explicação palpável para esse mundo imundo e escandaloso, cruel, gelado?
Ando tão fatigada dessa minha vida-morte que perco a noção das horas nas minhas veias.
Não sinto nem agulhadas, nem gosto de remédio, nem a textura de um pão 'dormido'.
Na verdade, nem mesmo o chuveiro me faz sentir algo...
E quem diria, eu queria voltar pros tempos de alfabetização, deixei alguma coisa por lá, alguma letra que só reencontro, reencontro, reencontro.
Hoje acordei com aquele gosto de cabo de vassoura na boca e corri pro lavabo. O espelho me espanta.
Quantos anos mesmo me seguem em cada uma dessas rugas? E nessas rusgas, o que me segue agora? E quantas rusgas eu tenho, meu Deus...
Até quando posso me inscrever na desistência?
Onde fica o prédio do precipício?
Hoje meu café da manhã é de interrogações e nada mais.
Os pontos que surgiram, são ensaios para uma interrogação linda, esbelta, invejada e rica, muito rica.
Vamos lá?
Vamos nos encontrar antes da meia noite naquela praça de um relógio central e que nas badaladas responda, só possa me responder.

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