sábado, 19 de novembro de 2011

E quem foi que te disse que aquele pra sempre que eu te dei, ainda está vagando pelos arredores?
Nunca mais te dei nenhum motivo para você imaginar essa situação viva, ressuscitada, em carne de osso, em pele de mãos.
Você foi embora de barco, pelo mar afora, da minha vida digna de um lenço de papel estrangeiro.
Estragou toda aquela maquiagem que fiz pra uma festa à fantasia.
E muito mais que qualquer estrago da vida em si, você colocou veneno na minha bebida, na minha comida, no meu peito fundo e seco, por ora.
Mas quer saber de um detalhe bem preso nas entrelinhas? Eu te conto, espie.
Você saiu na hora certa dos ponteiros, estes estragados com os banhos que tanto dei te esperando noites e madrugadas do mundo, como eu chorava...
Aquele presente ainda embrulhado guardado no sótão, não tem dono, nem aspirantes.
Meus sapatos ainda tem o seu rastro, que pena.
Aquele furo da minha blusa, foi você com seu cigarro irritantemente impaciente.
E meus cabelos, já não são pretos como antes, ontem, foi.
Perdi parte dos dentes, já que não usei meu sorriso, quase não uso. Pra quem?
E sem contar nos dedos e unhas, sem bronze, sem esmaltes, sem mobilidade alguma, de nenhum tipo.
Pra quem eu passaria meu batom rosa???
Um trago, umas velas e um drink com gelo, por gentileza!!!

Nenhum comentário:

Postar um comentário