quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Um belo dia eu desisti.
Sabe quando aquele cansaço de fim de festa te chega dos pés aos cabelos emaranhados e com cheiro de cigarro? Eu passei alguns dias assim, cansada, preguiçosa, sem vida ou desejos e anseios algum.
Nada me fazia sair da cama, do chuveiro ou do sofá, onde eu passava horas sem perspectiva alguma de qualquer coisa que fosse, mesmo pegar um copo com água na cozinha.
E eu cansei hoje.
Fiquei me sentindo abduzida por uma falta de carne e osso incomuns e desesperantes.
Até onde o ser humano alcança a sabedoria de te enxergar exatamente como você se mostra ser?
Até onde a gente consegue ver, ver mesmo, os olhos e os ouvidos de outra pessoa que não nós do outro lado do espelho?
A gente não vê.
Aliás, até enxergamos algumas coisas, mas estas são exatamente aquilo que nos cabem, no número da roupa, do sapato, me entende?
É aquele lance dos calos, sabe? Cada um sabe exatamente onde aperta...
Eu prefiro imaginar que cada um de nós, por sermos pequenos e descartáveis, sonhamos com a imagem que descrevemos todos os dias antes de sair, de ir à padaria ou ao trabalho com aquela roupa gasta e sapato de salto arranhado.
Nós não somos o que pensam.
Não poderíamos ser.
Quem somente pensa, não vê!
Agora, exatamente 22h15 de um noite de feriado tumultuado, estou pensando no quanto fui.
O quanto sou ainda está em processo de reconhecimento, sabe?
Ainda estou naquela mutação delícia de sentidos, sentidos e sentido! Continência!
A tv desligou.
O refrigerante acabou e que vontade, droga!
Não tenho cigarro.
A internet me fadiga.
Davi dorme feito anjo.
O celular não toca.
Enjoei das minhas músicas salvas.
O livro do Ozzy... boa idéia!

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