quinta-feira, 9 de julho de 2009

Quinta-feira.


Por dias tentando entender a fúria de alguns, a sombra torta de outros e kilômetros voadores de mais alguns e outros.
Não me preenche a vida, a respiração, essa forma fake (palavrinha modista) de adentrar no coração das pessoas e deixá-las lá, sem nada nas mãos ou pés ou cabeça.
Tenho tido alguns sonhos que relacionando aos seus significados (sim, tenho andado um tanto mística), me dá medo olhar pelas janelas ou ver os números salvos no meu celular.
Nem sei por onde eu deveria deixar de ir, cortar ligações ou interromper sentimentos e sensações, mas sei que há certas escuridões que merecem o intacto, o imaculável. E que assim seja!
Não tenho conseguido superar algumas angústias... E devo isso as muitas frases criadas por mim que não foram, ainda não foram, postas em lugar algum.
Não tenho podido dormir sem pensar, sem imaginar e criar historinhas minhas sobre e como poderia ser, ou deveria, sei lá.
O fato é que mesmo cansada por completo, exausta mesmo em pelo, não é possível recuar ou renovar, quiçá recomeçar!
Como poderia???
Davi cresce fortemente e rápido em mim, dá sinais vitais cada vez mais felizes e dentro disso tudo ainda tem o que eu não consigo sentir, ver, prever.
Tenho organizado minha vida pra tê-lo por perto, mas e minha alma?
Gosto de cores, modelos, formatos... Tenho gostado de tudo que possa caber nele, seja de qual forma seja.
E nisso tudo, ainda tenho a ansiedade por ter noção de como será, como serão nossos minutos de dias claros e do escurecer que a noite sempre traz.
É inimaginável.
E não sinto solidão por não ter seu pai por perto, seja dando um sinal de fumaça que seja, ou mesmo se fazendo presente judicialmente.
Não sinto falta dele, as vezes.
Tá bom, eu sinto, mas isso não me dá arrepios ou solidão, como eu já disse.
Me dá uma vazio de ter tentado quase em vão provar de uma inocência, de uma novidade, de uma infantilidade notória, que por meses e dias me fizeram crer em.
Ele se foi, e juntamente com seus acompanhantes de fidelidade duvidosas, levou junto um sonho, a confiança e injustiça de ser só mais um homem viril que deixa pra traz um corpo quase que morto, mas ainda em vida.
Pensando bem, Davi, ele não é seu pai.
Pensando melhor ainda, seremos eu e você e todos que se fizerem chegar por querer, por vontade, por amor (seja este do tamanho que puder ser, quiser ser).
Abre-se uma porta, já que as janelas estão emperradas por tempo indeterminado.
Eu hoje tenho frutas deliciosas em mãos, e com todo o frescor que elas possam ter, eu vejo que antes de comê-las, eu posso apreciá-las, posso tê-las por mais tempo em minhas mãos.
Hoje estou feliz a meu modo, com aqueles poréns de sempre em qualquer época do ano ou da vida, mas feliz com o que possuo, e não materialmente falando.
Falo das coisas que consegui superar e consegui recuperar.
Falo das coisas que superei.
A vida não pode ser um enfado, não deve ser um muro de lamentações e muito menos uma caixa de lenços.
Pelo menos não a minha. Não a que tenho hoje, neste exato momento.
A minha vida é agora e mais que isso, ela está sendo compartilhada e doada, está sendo fonte, e vai ser fonte.
Odeio esse abre e fecha de portas e frestas.
Mas amo poder ter certeza do que tenho.
E gosto mais ainda da esperança que me acompanha, chova ou faça sol... E que faça sol!
Abri toda e qualquer porta de minha casa, de meu coração, de minhas provas finais.
Além dessa liberdade de poder ser e sentir sem medo ou reprovação, eu quero e posso.
Então vamos!


(E chega de Michael Jackson, né? Que descanse em paz!)
Um 'moonwalk' de quinta-feira de cá, com equilíbrio e risadas muitas!

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