terça-feira, 25 de agosto de 2009

A vida é gangorra sim!


O engraçado das minhas noites mal dormidas, é que fico matutando sobre tudo... Inclusive sobre as besteiras que ainda cultivo à água filtrada nos meus pensamentos mortificantes.
Nunca me imaginei tão pensante como agora. E digo isso com pesar, claro.
Entenda, não estou afirmando que não sou uma criatura pensante ou algo assim (não mesmo).
Estou apenas dizendo que nunca fui de ficar analisando as coisas do passado, do presente e desse futuro que tá entrando pela porta da frente, desenfreadamente sim.
Acho mesmo que sou daquelas (ou fui) que 'agia duas vezes antes de pensar'. Mas foi assim que caí tanto, ralei meus joelhos e cotovelos, deixei que o sangue fosse a água que sempre me escorria pelos dedos dos pés. E aprendi assim, foi exatamente desta forma que aprendi a distinguir o cheiro de sangue, o gosto de uma solidão, a febre de um desejo inalcansável.
Cá com meu zíper, recordei durante estas madrugadas que acompanham meus medos do escuro, que nunca fui tão completa com amigos e com meus pais como agora!
Os problemas que eu trazia pra dentro do meu quarto, não eram resolvidos e nem mesmo apreendidos. Eu fugia, fugia de mala e cuia, e por vezes deixava em cada canto desta casa um choro, um abandono, uma falta irreparável.
Há alguns anos eu transformava minha idade e minha revolta com o passar desta, em trovadas e muitas chuvas de granizo.
Creio que jamais fechei certas feridas nestas minhas paredes, nos meus lençóis, neste meu travesseiro que sempre me esperava a cada saída e batida de porta atrás de mim.
E toda a poeira que fincava pé nos meus móveis, no meu ventilador azul, inda que fosse retirada, manchava os caminhos que eu não tinha deixado passar, andar.
A minha verdade é que eu sobreviví e nada mais que isso. Nenhum ponto a mais.
Minha vida tem sido agora, hoje.
E parece que a cada sorriso que retribuo por tudo de maravilhoso que tem chegado à minha janela, recebo ainda mais amor de pessoas incríveis, de pessoas que me trazem de volta dia após dia.
Eu voltei pra o meu canto cheia de dores, amarguras e espinhos.
Mas voltei e ganhei armadura contra solidão e falta de fé.
Esperança é meu alimento, assim como o amor.
Tudo tem seu tempo.
E que bom!
A vida é mesmo gangorra!

"Ver que tudo pode retroceder!"

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