terça-feira, 18 de agosto de 2009

Terça literária


E num encontro de literatura onde só o cheiro do café feito no local abre a mente, a vontade de escrever aflora, mas aflora pra dentro, muitas das minhas vezes.
Ouvindo resenhas, coisas de blog (ainda que rapidamente e quase que inaudível), eu senti tanto não ter conseguido me expressar com essas teclas na minha página virtualíssima, mas de carne e osso pra mim, como há tempos quero.
Mas é fato.
Tem dias que a gente sente, pensa, corre, pula, chora, ri pra dentro.
Fica tudo explodindo, mas dentro, guardadinho, escondido.
E não sai, não sai nem querendo, nem rezando!
E dói.
Dói não conseguir fluir, dói guardar, prender...
Cheguei em casa tão leve... Escutei coisas boas, de qualidade. Esbarrei com delicadezas que fazem bem. Me enconstei no que dá prazer.
Não sei, mas cada vez mais me convenço do que quero ter na vida, e mais que qualquer outra idéia de matéria, o que eu quero mesmo é palavra, são palavras.
Não importa se em formato-Times-em-tamanho-12-sem-ser-negrito-ou-itálico... Quero palavras com cheiro, com textura, com memória.
Depois de sanduíche para o Davi, um copo de suco de laranja (sem cenoura e sem beterraba, ufa!), corri pro computador e fiquei oscilando entre o meu twitter e as folhas de cá...
Vontade de substanciar minha nostalgia, alegria, dúvida, confusão, amor, desejos!
Eu sou tanta gente dentro de mim borbulhando feito refrigerante quando se abre a tampa.
Sou tantos sentimentos, sou tantos tantos que me caberiam aqui se eu pudesse.
Mas eu posso, não é?
Só sei que vou virar esta página e deitar um pouco minha cabeça no travesseiro, que não é de penas de avestruz, muito menos de ganso, mas é suficientemente macio pra o meu pesar, o meu falar baixinho e secreto.
Gosto de ser só uma ao dormir, pois assim posso confessar meus pecadilhos (ou pecadões) sem medo de ser ouvida, sem medo de ter medo.
Hoje foi bom.
Gosto de sair e sentir outro cheiro que não o meu.
Gosto de ver sorrisos que cabem em mim.
Gosto muito das minhas companhias fraternas e amáveis, pra sempre. (Mas hoje sem plural.)
Gosto de receber, de dar, de compartilhar, de ver tudo isso.
Gosto mais ainda dessa hora de silêncio sepulcral, de silêncio de respiração.

Quero mais.
E que seja.

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