segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Enfim, sós!


Não que eu me esquivasse de tudo o que escuto de vez em quando, nem do que vejo quando posso (ou não posso evitar).
O fato é que foi só você tocar nisso, me fazer lembrar... Pronto!
Revivi tudo numa noite só... Deu saudades sim, claro, foi inevitável.
Mas isso foi tudo. Não deu em nada!
E como eu te falei, e mil vezes falei, o tempo levou pra longe.
Não está mais aqui há alguns meses. Eu não queria que fosse assim.
Ah, se eu pudesse escolher... Tenho certeza de que nem precisaria te dizer.
Mas é isso. Foi isso.
O vento levou.
E talvez levou a golpes grandes, espalhando sem piedade alguma toda aquela poeira que estava entranhada por lá.
E pra lá não devolveu e nem devolveria, eu acho!
Os dias são outros e tantos outros hoje.
Não tem mais os ponteiros da tarde de antes, ou das noites fugitivas.
Nem mesmo as mensagens direcionantes ou a mesmisse maravilhosa que sempre recobrava os sentidos.
Há mais que isso.
Há mais que tudo isso hoje.
Antes eu estava sempre acelerada, suspirante e nervosa (sem motivos), e sempre à espera, sempre.
Não havia um só dia em que meu sono depois do almoço, não fosse interrompido por um sorriso, por uma gargalhada ou uma bronca por besteiras (eram sempre besteiras).
Não dormia sem antes dar-lhe boa noite, nem acordava sem dizer-lhe bom dia.
Não podia existir o 'sem'. Era pecado mesmo!
E foi assim por um tempo improvável, eu diria.
Minhas noites e meus dias, com tardes no meio, eram todos interrompidos, todos, um a um.
E eu era feliz.
Talvez menos que hoje, ou tanto quanto, ou mais.
Mas eu era feliz, de alguma forma.
E tudo passou... Tudo foi levado por um sopro enorme, escandaloso e vagabundo e despudorado.
Hoje cá estou, te dizendo que por sua culpa, por sua tão somente culpa, fui levada às pressas pra uma lembrança velha, adormecida como num conto de fadas rosas e imaculadas.
Por conta de você, eu fui capaz de sentir outra vez uma saudade que não me pertence e não vai se repetir, disso pelo menos não tenho medo de ter certeza.
Não tenho medo de ter certeza de certas coisas... É simples!

Os dias são outros, são novos, são mais meus que dele, bem mais, disparadamente mais.
Os dias que estão chegando todos os dias, são de uma mudança que não tem medo, assim como eu, de chegar, de tomar lugar, de roubar lugar.
Hoje não mais espero as tardes ou as noites, elas vêm.
Não mais sinto a felicidade de antes, sinto outra.
Não quero mais os sonhos que eu esperava pra ter, posso ter mais que sonhos.
Hoje você se foi mesmo, de verdade.
E só hoje eu posso ter paz, já que meu coração esqueceu como se escreve seu nome, quais são os números do teu telefone, quais são os caminhos que me levam pro teu endereço.
Hoje, e que bom que já é hoje, eu posso finalmente só sentir saudades suas, e não sua falta!
Acabou.
Eu estou mesmo liberada!!!
Enfim, sós!!!

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