terça-feira, 19 de agosto de 2008

Mais uma de insônia...


Mais uma noite (ou seria dia? Já sei, madrugada) de insônia! Não quero vê-la, mas ela insiste em costurar-se em mim, planejar meus não-sonhos, afastar de mim os travesseiros e me dar mais e mais xícaras de café bem doce, pelo menos isso, muito açúcar!
É nestas horas, de silêncio sepulcral que os olhos se tornam mais atentos, os fios de cabelo mais sensíveis e os ouvidos mais medrosos... O mais chato é que nestas horas, exatamente nestas horas, é que os pensamentos mais mortos decidem ressuscitar... E que droga, o cemitério não dá plantão. E por que não, hein?
Agarro-me, literalmente, ao desprendimento destas lembranças, quase saudades... Que nada, fujam e corram daqui, senão eu... eu... Ah, no fundo vocês sabem do que sou capaz!
Tenho tido alguns 'déjà vus' e sei que isso nada mais é que uma constatação do meu ego. Sim, do meu fênix-ego!

Sabe, tirando a poeira (e mais uma vez literalmente falando) dos meus cabelos e de todo o seu todo (o que inclui corpo, alma, mente e coração), sinto um perfume diferente sendo absorvido por mim. Um perfume que inclui uma vontade de "continuar a..."

Não tenho muito a dizer destes dias tais que são meus e meus e cada vez mais meus. Apenas que sinto-me feliz de ter sido algo a mais ou a menos (isso não me torna menos, no mais exato sentido da palavra) nas horas passadas a agorinha mesmo. Sinto-me feliz de ter podido escutar coisas, ver pessoas novas e/ou não, sentir ventos e sopros leves de novidade, tocar o que nunca se toca por insegurança ou mediocridade/comodidade.
Penso cada vez mais no que fui exacerbadamente e no que, por um ou outros relapsos, me tornei (assinando uma sentença de eterno) pra sempre, e que tragicamente não é o meu pra sempre.
Queria mesmo que os ponteiros mostrassem melhor o que a essência de uma pessoa de carne e osso é capaz de provocar!
O que somos capazes de alcançar diante de um modismo de sentimentos, vícios e línguas muitas vezes incompreensíveis, nos diz exatamente quem seremos pro resto da vida? Será que CURA (e seja ela de qual natureza for e conseguir ser) é só mais uma palavra de um dicionário velho e abandonado? Será mesmo que deixamos de ser importantes, relevantes, amáveis e interessantes, por conta de especificidades que nos maltratam também e, de alguma forma, desnutrem nossa forma física, mental e sentimental?
Será mesmo que o ser humano é tão pobre ao ponto de se tornar vulnerável com a indiferença e o amor (estes não na mesma ordem e nem na mesma proporção)?
Será mesmo que somos capazes de criar verbos como o DESAMOR?

Que pena, pois se a vida fosse mesmo um filme (curta ou longa, documentário ou coisa que o valha), e os sentimentos fossem personagens deste, creio que acreditar em vítimas e em estatísticas de bons atores e bons roteiros e bons blá blá blá, seria acreditar que tudo tem começo, meio e fim... E neste caso, nós somos obrigados a aceitar os rótulos de "você é bom" ou ainda "você é ruim" num determinado tempo, hora e lugar e, sendo assim, nós seríamos e aceitaríamos ser exatamente aquilo que nos dizem que somos (ou nos tornaremos). As pessoas são boas o bastante pra nos dizer quem é quem diante delas, entende? Eu só sou alguém, se alguém disser que sou... A partir do momento que deixo de ser, pode ter certeza, foi alguém que disse pra outro alguém, que não eu, nunquinha mais eu!
Particularmente e felizmente, acredito no que quero sentir, ver, ouvir propriamente, sem pirataria de nenhum tipo!
Eu crio meu filme e eu ofereço, originalmente, este a quem quiser se deliciar de verdades minhas, sem se preocupar com críticas externas (que nos criam os pré-conceitos)...
Enfim, deixando de ser tão prolixa, deixo aqui manifestado meu imenso escárnio por palavras ditas e não ditas por coisas e coisas. Sim, há coisas que se tornam cada vez mais (ou menos?) coisas!
(Metaforicamente falando, claro!)

Um brinde àqueles que se tornam cada vez mais MAIS em cima dos menos e cada vez menos MENOS alguma coisa!
Tim-tim...

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