quarta-feira, 5 de novembro de 2008

quarta-feira...

Meu dia escorreu rapidamente pelo ralo... E tem sido assim, ultimamente tudo tem sido exatamente desta maneira, escorregadia!
Alguns pulos a mais pelas calçadas que me levam pra academia, me mostraram tanta satisfação em estar com estas dores hoje (e ontem também). Não sei como, mas gosto, tenho gostado das dores que me carregam pra lá e pra cá, nunca cá no sentido próprio.
Parecem instantes de uma saudade doída, mas fiel a mim, ao que tenho buscado não sentir, não me render a sentir. Mas não posso fechar meus poros, não posso simplesmente proibí-los de seguirem suas rotas, seu funcionamento normal. É isso, meus poros ainda são da saudade, mas por ora... Isso vai mudar!
Risos muitos me afogaram de esperanças, destas que chegam mansamente e sem cheiro, sem gosto, invisível! É bom ter esperanças novas, sem traças pelo meio ou cores de mofo. É bom respirar, ainda que sem a menor vontade, e eu diria, vocação!
Terminei Herman Hesse, ando coçando o ócio e piscando pra mais descobertas do tipo... 'O Lobo da estepe' me deu frios na barriga de tanto que me senti viva nas páginas, e viva no mais amplo significado... Creio ter sim bichos muitos entranhados em minha pele, pescoço, cabelos e boca... Creio mesmo!
Uma noite gostosa pra se dormir, sem se deixar perceber pela insônia...
Uma bela noite de estrelas pouquíssimas, mas de goles grandes e fartos de um amor inacabável e fielmente ligado na tomada, sem qualquer outro plug atrapalhando.
Uma noite de janelas abertas, ventos convidados e uma escuridão semelhante aos votos de meu coração mal amado, mas bem castigado frente ao que meu corpo um dia cavou em si mesmo!
Um vazio no meu sorriso preenche a fome que sei que tenho.
Minhas costas doem, e como se nada fosse maior ou mais importante, me deito e espreito o que gosto de lembrar, incessantemente gosto sim!
Dou de ombros pra os conselhos, pra os nãos, pra os sins, pra quem quer que seja me dizendo isso e aquilo, me contando dela e deles, me mostrando o tudo e o nadinha que me é alcansável!
Deixa que este meu câncer tome conta de todo a minha cor, meu peso, minhas formas, meu tamanho.
Deixa que isso tudo que é tudo, transforme-se na catarse que eu não deixo acontecer!
Já ouvi demais, falei de menos, já vi o que há, já percebi, já contei nos dedos as gotas que meu travesseiro tem bebido... Já decorei os nãos e os sins...
Ainda assim, já vou mas você fica!
(Alguém sabe que bichinho é este na foto?
Um doce pra quem acertar...)

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